Justiça volta atrás e impede doação de toneladas de carne que escondiam maconha
Decisão foi publicada na tarde de hoje e empresa ainda pediu restituição de 18 mil quilos de carcaças
Após autorizar a doação dos 18.066,900 kg de carcaças bovinas apreendidas durante ocorrência policial, a Justiça voltou atrás e a carne continuará retida no caminhão frigorífico que está no pátio da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) em Campo Grande. A nova decisão é da tarde desta terça-feira (10), mesmo dia em que a delegacia promovia evento para entrega da mercadoria a instituições.
O pedido foi feito pela empresa paulista RKO Alimentos Ltda, responsável pela venda das 76 carcaças no dia 3 de outubro, ocasião em que foi retirada do local pela transportadora. No entanto, no dia seguinte, entre 17h e 20h, a carne foi apreendida durante operação da Denar em um galpão no Bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande.
No caminhão frigorífico, onde estavam as carcaças, a polícia encontrou 1,5 tonelada de maconha. Na ocasião, seis pessoas foram presas e toda a mercadoria foi apreendida e após avaliação dos órgãos competentes, durante audiência de custódia dos presos, a Justiça determinou a doação da carne. Com isso, a entrega da mercadoria foi marcada para as 14h desta terça.
Porém, o juiz da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcio Alexandre Wust, revogou a decisão e as carcaças bovinas não poderiam mais ser doadas por conta da possibilidade de “dano irreparável” à empresa que alegou prejuízo de ao menos R$ 271 mil.
No pedido, a empresa alegou que não teve acesso aos laudos da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal) e que se o produto poderia ser doado é porque está apto ao consumo humano, podendo ser comercializada.
A empresa que informou não saber das drogas dentro da carga, ainda pediu a restituição das carcaças. No entanto, o juiz pediu que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifeste sobre o assunto em até cinco dias. A defesa da RKO então requereu com urgência a devolução da mercadoria, alegando que a carne poderá “se tornar inapta ao consumo humano”, caracterizando o dano irreparável, mas ainda não há decisão.
O Campo Grande News tentou contato com a Polícia Civil a respeito da decisão e aguarda o retorno.
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