Levado para tratamento compulsório, Samuel ficou 1 semana em CAPS
Jovem vive situação vulnerável nas ruas e fugiu do local onde recebia tratamento com equipe multidisciplinar
Os 23 anos parecem ter escorrido do rosto de Samuel Pereira, que chama de casa as ruas de Campo Grande, por onde perambula diariamente. Vulnerável desde a origem – só tem a avó – ele havia sido levado de forma compulsória para realizar tratamento para a dependência química e transtornos mentais dos quais sofre. Samuel permaneceu uma semana no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Vila Almeida, de onde fugiu no início desta semana.
O jovem havia sido levado por determinação médica, que pode definir internação compulsória quando há risco para si e para outras pessoas. A internação ocorreu no âmbito do Programa “Atenda”, criado pela coordenação de atenção psicossocial da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em parceria com a SAS (Secretaria de Assistência Social).
O programa é voltado para pessoas em situação de rua, que pela dependência química ou qualquer outro agravante, também sofrem com transtornos mentais, a exemplo de manifestações de psicose, quando há delírio e distorção da realidade percebida.
A internação involuntária é regulamentada pela lei federal 10.216, de 2001, que exige atendimento médico que comprove a necessidade e que, no prazo de 72h, a decisão seja comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido.
O programa visita semanalmente pacientes que vivem nas ruas. A equipe do programa Atenda é formada por médico, assistente social e profissional do “consultório de rua”, outro programa da SAS.
É difícil acreditar que Samuel seja tão jovem quando é visto, sempre sozinho. O cruzamento entre Afonso Pena e Ernesto Geisel é tradicional para ele e é quase certo encontrá-lo ali. Neste sábado, com o cabelo já crescido, lá estava Samuel em meio aos carros parados a espera do sinal verde do semáforo.
Procurada, a Sesau informou, por meio da assessoria de imprensa, que a equipe do Atenda “está tentando localizá-lo novamente para tentar reiniciar o tratamento”.
“O paciente evadiu do CAPS há aproximadamente três dias, e pelo fato de ele ter a dificuldade de reconhecer a necessidade do tratamento, a continuidade dele acaba sendo prejudicada. A equipe do Atenda está tentando localizá-lo novamente para tentar reiniciar o tratamento. A Secretaria Municipal de Saúde orienta que, quem tiver informações do paradeiro dele entre em contato com o CAPS Vila Almeida para que possamos fazer novamente o acolhimento dele”, diz a nota.