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Capital

Membro de "grupo de extermínio" do PCC, com 3 execuções, é preso

Wesley Celestino Honorato da Silva estava com mandado em aberto que foi cumprido pelo Dracco na terça-feira

Por Ana Paula Chuva | 20/11/2024 14:45
Corpo de Elias Ribeiro, uma das vítimas do grupo que Wesley fazia parte (Foto: Fatos MS)
Corpo de Elias Ribeiro, uma das vítimas do grupo que Wesley fazia parte (Foto: Fatos MS)

Equipe do Dracco (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) prendeu na terça-feira (19), Wesley Celestino Honorato da Silva, 23 anos, o “Velho Bruxo” ou “.30 PCC”, acusado execuções do "tribunal do crime" do PCC (Primeiro Comando da Capital). O rapaz é suspeito de integrar grupo de extermínio da facção que sequestrou e matou ao menos três homens na cidade de Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande.

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No dia 19 de outubro, Wesley Celestino Honorato da Silva, conhecido como “Velho Bruxo”, foi preso por sua participação no sequestro e execução de Pablo Cristian de Azambuja Queiroz, acusado de estuprar uma menina de 8 anos. O crime ocorreu em setembro de 2022, quando Pablo foi atraído para um "tribunal do crime" e, após ser interrogado, foi enforcado por Wesley. O corpo foi posteriormente queimado. Wesley e outros nove membros da facção foram denunciados por homicídio qualificado, e o grupo também é suspeito de outros crimes, incluindo a execução de Elias Ribeiro, dois dias depois do assassinato de Pablo.

Uma das vítimas do bando foi Pablo Cristian de Azambuja Queiroz. O crime aconteceu no dia 20 de setembro de 2022 no Bairro Vila Guanabara. Ele era suspeito de estuprar uma menina de 8 anos e foi asfixiado pelo "Velho Bruxo", depois teve o corpo carbonizado e jogado em área de mata.

Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Wesley e mais nove pessoas, entre elas duas mulheres, sequestraram e mataram Pablo impelidos por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e emprego de asfixia. O bando foi classificado como grupo de extermínio e tinha tarefas bem divididas para a executar o homicídio.

Wesley foi alvo mandado de prisão preventiva. Conforme o ofício, ele foi encaminhado para a sede do Dracco onde está a disposição da Justiça. A ordem judicial foi expedida pelo juiz Rodrigo Pedrini Marcos em setembro deste ano com validade até 2043.

No entanto, ao Campo Grande News, o advogado Lucas Lopes Vicente Lopes, que atua na defesa do rapaz afirmou que ele está preso há dois anos e o mandado foi cumprido em unidade penitenciária da Capital.

Relembre – Na época, Pablo estava sendo investigado por estupro de uma menina de 8 anos de idade. No dia do crime, o irmão do rapaz recebeu uma ligação de número desconhecido, porém não atendeu. Em seguida, a esposa dele ficou curiosa e foi ver o telefone. A mulher visualizou se tratar de uma chamada em grupo e clicou em um dos números atendendo assim a ligação.

Foi então que um dos homens falou que precisava conversar com o irmão de Pablo com urgência e ele atendeu a chamada. O integrante do bando questionou se o familiar sabia que o rapaz havia abusado sexualmente da menina e ele disse que não, mas passou o telefone da vítima para o suspeito porque ficou com medo.

Pablo então foi adicionado na chamada e passou a ser interrogado sobre o suposto estupro que ele teria participado. O rapaz negou a todo instante o crime, mas o integrante da facção pediu para que ele fosse ao encontro do bando para ser julgado e provar sua inocência. Ele concordou.

Mais tarde encontrou com quatro membros do grupo e foi levado em um Pálio Cinza para a casa na Vila Guanabara. No local, ele foi julgado pelo “tribunal do crime” e um suposto áudio da criança descrevendo o abuso foi exposto. Foi feita uma chamada em grupo com 32 pessoas e Wesley era um dos participantes. Um dos envolvidos disse em certo momento que Pablo havia confessado o estupro e então foi ordenada sua execução.

A ligação foi encerrada e então Wesley pegou uma corda e enforcou Pablo até a morte. Em seguida, pegou o corpo do rapaz junto com outros quatro membros da facção e levaram até a região da Cascalheira onde atearam fogo no cadáver que foi encontrado quatro dias depois por uma pessoa que fazia trilha pelo local.

Além de Wesley, foram denunciados pelo homicídio qualificado Fernando Teles Viana, o “Malvadão”, Rene Pereira Farias, o “Anjo Mal PCC”, Fábio Pereira de Souza, o “Fiel PCC”,  Micael Henrique Kavalek Moura, o “Tony Caltri PCC”, Luciano Oliveira dos Santos, o “Conquistador do PCC", Thalia Cantero de Oliveira Souza, “Thifani”, Maurício Fernando Piovezan, o “Vilão”, Kelvyn Renato da Silva Pereira, o “Maresia” e Priscila Dayana Ferreira da Silva, “Atena”.

Outro homicídio – O mesmo grupo também é denunciado por executar Elias Ribeiro dois dias depois. Inclusive, há uma ordem judicial de prisão preventiva conta Wesley expedida pelo mesmo juiz no dia 5 de outubro do ano passado com validade até 2043 pelo homicídio qualificado que aconteceu na mesma modalidade de “tribunal do crime” na Vila Haro em Três Lagoas.

O cadáver da vítima foi encontrado dia 25 de setembro de 2022 parcialmente queimado e com perfurações no pescoço na região da Cascalheira. Em agosto daquele ano, Elias havia se envolvido em um acidente de trânsito que deixou uma menina de 12 anos em coma. Ele conduzia uma motocicleta em alta velocidade e a vítima voltava da escola quando foi atropelada.

A quadrilha chegou a ser alvo da operação Sepulcro em agosto do ano passado. Na ocasião, equipes da Polícia Civil cumpriram diversas ordens judiciais em Mato Grosso do Sul e também em São Paulo e no Ceará, sendo 13 mandados de busca e apreensão e mais 26 de prisão. A morte de Carlos Augusto Machado, encontrado às margens da BR-158, em Três Lagoas, dia 15 de setembro de 2022, também foi atribuía ao grupo.

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* Matéria editada para acréscimo de informação.

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