Na Capital, servidores protestam contra assédio sexual dentro de agências
Manifestação também exigiu reajuste salarial dos servidores públicos da Caixa Econômica Federal
Funcionários da Caixa Econômica Federal se manifestaram na manhã desta terça-feira (5) contra as denúncias de assédio moral e sexual que levaram ao ex-presidente do órgão estatal Pedro Guimarães a pedir demissão do cargo na última semana.
Em ato alusivo ao Dia Nacional Contra Assédio Sexual e Moral, na frente da agência das ruas 13 de Maio e Marechal Rondon, os servidores também protestaram em favor de reajuste salarial. Os serviços desta unidade funcionam normalmente.
Segundo a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Bancários de Campo Grande, Neide Rodrigues, será feita reunião amanhã com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para exigir mais segurança entre funcionários e funcionárias. “Vamos colocar esse tema na mesa, é um assunto que veio à tona recentemente, o presidente da Caixa assediou várias bancárias e é um assunto que não podemos tolerar.”
Segundo ela, há caso de assédio em uma agência bancária particular de Campo Grande, investigada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas as unidades da Caixa em território estadual, até agora, não tiveram registros parecidos. “Temos que denunciar e estamos hoje aqui em frente a Caixa Econômica Federal para fazer esse ato, que é de onde partiu o maior número de denúncias de assédio sexual e moral [no Brasil].”
Creio que, daqui para frente, os bancários vão criar coragem, porque fora a vergonha que elas sentem de denunciar, tem o outro fator que é a família”, diz Rodrigues.
Foram distribuídos materiais dentro das agências bancárias para informar sobre as negociações. Estão previstos 50 trabalhadores na manifestação, já que muitos estão em horário de serviço.
“Temos que estar presentes nas agências, encorajando as trabalhadoras. Temos percebido que acontece, mas o medo é muito grande. Abrimos um canal de denúncia no Sindicato dos Bancários, no site, para que elas possam denunciar sem prejuízo de transferência ou perda do cargo.”
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entregou seu pedido de demissão na tarde de quarta-feira (29) ao presidente da república, Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada depois que várias empregadas do banco o acusaram de assédio sexual. O caso é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal).