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Capital

Na porta da Máxima, mãe apela pelo filho: "avisaram que iriam matar ele"

Rapaz ligou para a família e afirmou que seria morto por facção rival

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 08/03/2024 12:31
Mãe em frente a unidade penal, no Jardim Noroeste. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe em frente a unidade penal, no Jardim Noroeste. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na porta da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, no Jardim Noroeste, uma dona de casa aguarda apreensiva notícias do filho preso por tráfico de drogas há cerca de 15 dias. Segundo ela, o rapaz foi sentenciado a morte pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) - que "domina" o presídio.

A mulher conversou com o Campo Grande News na manhã desta sexta-feira (8). Ela contou que o filho foi transferido há dois dias do PTran (Presídio de Trânsito de Campo Grande) para a Máxima. "Ele já tinha falado que se fosse transferido, seria morto", conta a mãe.

Isso porque, ela afirma que o rapaz pertence à facção rival, o Comando Vermelho. Nesta manhã, recebeu uma ligação do filho. "Ele conseguiu ligar para uma tia dizendo para que viesse aqui porque estava amarrado desde quando chegou em uma cela por membros de uma facção rival. Avisaram que iriam matar ele depois do almoço".

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) foi comunicada e apura a situação.

Outro caso - No dia 27 de fevereiro, José Lopes Teixeira Neto, 21 anos, foi obrigado a ingerir a droga com água, o que causa overdose, e começou a passar mal na cela 16 do pavilhão 2 da Máxima. Ele não resistiu e morreu, sendo o caso registrado pela polícia como "morte a esclarecer".

À reportagem, familiares afirmaram que alertaram o diretor da Máxima um dia antes sobre o risco que o interno estaria correndo. Ele chegou a ligar para a família pedindo socorro dizendo estar no “tribunal do crime”.

Alertada, a unidade falou que colocaria o rapaz em uma cela isolada. No entanto, no terceiro contato os familiares falaram com um servidor que seria o chefe da disciplina e esse teria alegado que José não corria nenhum risco.

“Pelo que ele falou, descobriram que ele de facção rival e iriam matar ele. Estamos inconformados. Ele tinha apenas 21 anos, deixaram ele morrer. Estamos muito abalados. Minha mãe está sob efeito de remédios, ela não consegue dormir desde que ele ligou pedindo socorro”, explicou uma familiar.

José estava na unidade há 8 meses. Mas já tinha passagens criminais desde quando era menor de idade nas cidades de Cassilândia, Paranaíba e Chapadão do Sul por tráfico de drogas, posse de drogas para consumo pessoal, ameaça e roubo.

Neste caso, a Agepen informou não ter registrado nenhuma informação sobre algum risco que José corria. Em nota, a pasta afirmou que quando há esse tipo de denúncia, o procedimento padrão é isolar o interno e colher um termo de declaração com duas testemunhas.

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