Outro envolvido em agressão por homofobia aparece com perna engessada
Foram ouvidos nesta tarde, pela delegada Daniela Kades, da Primeira Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, mais dois jovens envolvidos no espancamento de um rapaz de 21 anos, na madrugada de sexta-feira, na saída de uma boate na rua 15 de Novembro. A Polícia investiga se o crime foi motivado por homofobia, como acredita a família da vítima.
Um dos que presta depoimento nesta tarde apareceu com a perna engessada. A lesão, conforme a delegada informou, ocorreu durante as agressões.
Pela manhã, prestaram depoimento dois jovens, um deles o estudante André Baird, de 20 anos, filho do prefeito de Costa Rica, Jesus Baird, que estava com um braço engessado, que também teria machucado durante o espancamento.
Como o caso está em segredo de Justiça, os nomes dos agressores não foram identificados. O envolvimento de André Baird foi confirmado pelo pai dele,ao informar que determinou ao filho que se apresentasse à Polícia Civil.
Os rapazes, conforme as informações já liberadas pela Polícia Civil, confirmaram que fizeram xingamentos relativos à orientação sexual da vítima.
Mas rejeitam a conotação de homofobia, segundo a delegada.
Pelo que a delegada afirma, eles admitem que foi uma agressão gratuita. Dizem que estavam de carro e viram a vítima e um amigo na saída da boate e decidiram praticar as agressões.
Três rapazes saíram do veículo e um deles permaneceu no carro.
A reportagem do Campo Grande News apurou que um dos agressores é primo de André e um outro também é estudante de Direito.
Embora diga que “tudo leva a crer” que o espancamento tenha relação com homofobia, a delegada disse é difícil confirmar isso, já que os autores negam.
Segundo ela, as páginas de relacionamento dos acusados não tem elementos que indiquem aversão a gays.
Daniela Kades lembrou, ainda, que a legislação não tem uma tipificação específica para punir a homofobia.
Os jovens vão ser enquadrados em crime de lesão corporal e injúria, por causa dos xingamentos proferidos à vítima.
Outros casos?A delegada disse que, pelo que foi apurado, este é o único caso atribuído aos adolescentes.
Se eventualmente forem descobertos outros casos, os jovens podem ser enquadrados, também, em crime de formação de quadrilha.
Eles também poderiam ser enquadrados neste crime, caso a apuração indicasse que premeditaram a agressão, o que não é o caso, conforme as informações da delegada.