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Capital

Pacientes reclamam da demora por cirurgias em hospitais da Capital

Espera está relacionada à falta de contraste na rede de saúde de Campo Grande

Natália Olliver | 20/02/2023 10:56
Ione Paião dos Santos aguarda por um cateterismo há 15 dias (Foto: Arquivo pessoal)
Ione Paião dos Santos aguarda por um cateterismo há 15 dias (Foto: Arquivo pessoal)

Há 15 dias no HRMS (Hospital Regional Rosa Pedrossian), aguardando por uma cirurgia de cateterismo, a idosa Ione Paião dos Santos, de 60 anos, vive a incerteza de não saber se conseguirá realizar o procedimento médico, uma vez que há falta de contrastes para realização do exame nos hospitais de Campo Grande.

De acordo com os médicos da unidade, devido à falta do insumo, o exame necessário só está sendo realizado na Santa Casa, que também passa por situação complicada envolvendo demora nos atendimentos e acumula filas de espera por procedimentos que necessitam do medicamento.

O Campo Grande News conversou com a filha de Ione, Rosana Paião dos Santos Pereira, de 42 anos. Ela explicou que a mãe começou a sentir dor no peito e muito cansaço quando descobriu que precisaria de cirurgia.

“Já tem algum tempo que ela está fazendo alguns exames, desde janeiro. O médico falou que minha mãe precisava ser internada de imediato porque poderia ter um AVC a qualquer momento”, disse.

Conforme Rosana, a mãe é de Rio Negro, município localizado a 144 quilômetros de Campo Grande, e está na cidade apenas pela cirurgia.

“Ela está aqui correndo risco de pegar uma infecção hospitalar. Ela já não aguenta mais ficar aqui. Desci hoje na ouvidoria e para minha surpresa só funciona na quarta à tarde. É uma situação que não sabemos o que fazer. Ela não pode ir pra casa porque pode ter um AVC e aqui fica aqui esperando piorar a situação".

Outro relato - Vilma Ivo de Lima também compartilhou a espera pela cirurgia do filho de 29 anos, que se acidentou no dia 10 de fevereiro. O jovem está internado na Santa Casa da Capital desde o dia 14 e espera por um procedimento médico no antebraço.

“Meu filho foi para a UPA do Coronel Antonino, depois encaminharam para o CEM, lá ficou aguardando vaga, segundo o médico é caso de cirurgia de urgência, eles não quiseram liberar ele pra aguardar vaga em casa. Aí foi pra Santa Casa”.

A mãe revela que o filho já foi submetido a jejuns longos para realizar a cirurgia, mas que antes cancelaram o procedimento por falta de insumo. “Simplesmente entra enfermeiro e diz que “você não vai operar agora”. Já é a sétima vez que entra em jejum para fazer essa cirurgia e até agora não resolveram isso”, disse.

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa de Campo Grande, em resposta o hospital informou que há uma fila de 30 pacientes internados pela pré-ortopedia. "Dentre esses casos graves e urgentes que exigem agendamento prioritários. O caso dele não é grave, por isso com a alta demanda de pacientes graves, ele acaba não fazendo a cirurgia", disse.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional, e em nota foi informado que "o processo emergencial para compra de contrastes está em andamento. No momento, o HRMS possui seis frascos (contendo 50 ml cada) que estão em medida de contingenciamento, a serem autorizados pela diretoria técnica mediante a gravidade do caso".

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