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Capital

Padre acusado de importunação é remanejado até o fim das investigações

Primeiro-tenente do Exército Brasileiro e capelão foi preso por atacar uma mulher e coagir com arma

Por Gustavo Bonotto e Ana Beatriz Rodrigues | 29/09/2023 15:19
Padre acusado de importunação é remanejado até o fim das investigações
Padre José Jucier em foto postada pelo site do CMO. (Foto: Reprodução)

Denunciado por importunação sexual, o primeiro-tenente do Exército Brasileiro e padre, José Jucier Ferreira Alves, de 37 anos, foi remanejado e vai fazer trabalho administrativo até o fim das investigações, informou a defesa do religioso nesta sexta-feira (29).

Para o Campo Grande News, o advogado Alexandre Barros Padilhas relatou que o sacerdote está abalado com a situação e que estranha a demora no registro da denúncia.

"Meu cliente negou desde a primeira vez e continua negando as acusações feitas contra ele. Aguardaremos com serenidade a finalização das investigações", pontuou Barros.

Conforme noticiado, o religioso foi preso em 7 de setembro, um mês após o ocorrido. A vítima, uma mulher de 34 anos, narrou que o capelão a agarrou, apertou seus seios e nádegas, além de lamber seu pescoço, após encontro em festa. Tudo aconteceu no apartamento do religioso, em hotel na Avenida Afonso Pena.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, a vítima, o marido dela e mais um casal de amigos estavam em festa de flashback, quando o padre apareceu no local e se juntou ao grupo.

A mulher afirmou à polícia que Jucier bebeu bastante e convidou os quatro para irem até seu apartamento. No decorrer da noite, já na casa do sacerdote, o marido foi ao banheiro, quando o militar aproveitou para agarrar a vítima.

Uma amiga dela, de 30 anos, que estava na casa e também prestou depoimento, relatou que ao testemunhar aquilo, se levantou para defender a vítima, mas outro homem a alertou que o padre estava armado. A testemunha contou ainda que Jucier se sentou ao lado das duas e colocou a perna sobre o colo dessa mulher de 30 anos, dizendo ao amigo: “se você não pegar, eu pego”.

Assim que o marido saiu do banheiro, o sacerdote levantou a camiseta e mostrou a arma na cintura com o dedo no gatilho. Houve uma confusão e o padre mandou que todos fossem embora.

Depoimento - O sacerdote disse à polícia de que não se lembrava de nada disso, que apenas se recordava do momento em que estavam no flashback, foram a uma lanchonete e depois, para o apartamento dele. Ele negou todas as acusações feitas pelas duas mulheres e disse que se lembra do momento em que a vítima “surtou”, não falando “coisa com coisa”. Por causa do barulho, mandou os convidados embora, mas sem fazer ameaças em momento algum.

Após as acusações, a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) representou pela prisão preventiva do religioso. A pistola do tenente foi confiscada pelo CMO (Comando Militar do Oeste) e os celulares dele entregues à polícia espontaneamente. A defesa do sacerdote conseguiu revogação da prisão, alegando que o cliente tem residência fixa, nenhum antecedente criminal e boa conduta por ser militar.

Em nota enviada à imprensa, a Arquidiocese de Campo Grande disse que o capelão do Hospital Militar não responde na Cúria da Capital, mesmo assim mostrou solidariedade aos envolvidos.

No texto, assinado pelo arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa, o bispado ressaltou que está pedindo a Deus pela melhor forma de solucionar a questão. “Estamos em oração pelas pessoas envolvidas nessa triste situação e seus familiares, pelo Pe. Jucier, pelos irmãos e irmãs militares, e por todo o querido povo de Deus. Que todos possam receber do Senhor da Vida o consolo que nossa humana força não é capaz de oferecer”, finalizou.

Após algumas horas da divulgação do caso envolvendo o primeiro-tenente, o CMO também se manifestou. A assessoria militar disse apenas que o processo legal sobre a situação já foi aberto, é apurado pelas instituições competentes e que poderá haver consequências na esfera disciplinar. Por fim, o comando reforça dizendo que não compactua com quaisquer tipos de violência e desvio de conduta.

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