Para usuários, furtos e vandalismo são história antiga nos terminais
Enquanto esperam por reforma, passageiros relatam que novidade só é bem-vindo unida a segurança
Acostumados com pequenos furtos e vandalismo, usuários dos terminais General Osório, Nova Bahia e Morenão relatam que as situações já são histórias antigas. Após os três furtos no Terminal Bandeirantes, que acabou de passar por reforma, o pedido geral é por segurança além da “cara nova”.
Mesmo quem não entra no Terminal Morenão consegue reparar em problemas, começando por parte de grade destruída, que cerca o local. Já para aqueles que passam momentos da vida entre os ônibus, as cenas são mais intensas. Doméstica, Cláudia Santana Ribas, de 37 anos, diz que, antes de tudo, o local não é seguro.
Sobre furtos e vandalismo, ela diz que nunca reparou em grandes ocorrências, mas em itens “pequenos” que compõem o conjunto de objetos levados e destruídos.
Não tem bebedouro e torneira, faz bastante tempo. Acho que é falta de conscientização de cada um para cuidar, então é complicado, Cláudia explica.
Entre o espaço, é possível ver madeira de bancos faltando, estrutura de apoio com a lembrança de lixeira e as torneiras faltantes. De acordo com Cláudia, o vandalismo é justificado pela solidão do terminal durante as madrugadas, “não fica ninguém aqui, precisava ter uma pessoa responsável”.
Em outro terminal, há seis anos trabalhando no General Osório, o vendedor Adilson Lopes, de 55 anos, conta que há muito tempo sente necessidade de vigilância no local. Para ele, a falta de bebedouros e torneiras, que foram destruídos e furtados, é justificada com a facilidade para execução dos crimes.
Acostumado com a falta de itens no terminal, Adilson diz até que não há muito o que levar por ali. “Bebedouro funcionando não tem, por exemplo. Nenhum deles tem água e isso tem mais de quatro anos, eu mesmo trago de casa”, conta.
Enquanto pensa nas obras de reforma, o vendedor explica que chega a temer novos itens. “O pessoal leva mesmo, então precisa de alguém sempre cuidando para garantir. Aqui tinha uma loja de artesanato e furtaram tudo, a dona desanimou e fechou. Isso é sinal de que não é cuidado mesmo”, completa.
Seguindo a mesma linha de preocupação, a vendedora Alessandra Paula Raimundo, de 44 anos, conta que o período noturno no terminal Nova Bahia é o mais complicado. Há oito anos trabalhando entre os ônibus e passageiros, ela relata que “tudo o que é novo, é roubado”.
"Pode ver que torneira ali no bebedouro nem tem direito porque é só colocar que levam. Esses tempos atrás levaram até uma dessas lâmpadas que funcionam sem energia elétrica", Alessandra explica.
Assim como para Adilson, a única solução imaginada é o reforço na segurança dos locais. Assistente administrativa, Wilma Rolon, de 57 anos, diz que devido à falta de confiança no terminal, só usa ônibus durante a noite em caso de extrema necessidade.
Para ela, os prejuízos podem ir ainda mais longe do que os de patrimônio, “eu não tenho coragem de vir de noite, só se for de extrema necessidade porque não tem condição. Não tem segurança”.
A reportagem pediu informações à Prefeitura de Campo Grande sobre reforço na fiscalização, mas não havia resposta até a publicação da matéria.