Perícia vai analisar mecha de cabelo de menina que apanhou em escola
Menina de 12 anos levou mecha que teria sido arrancada por mãe de colega; estopim seria "brincadeira de adolescente"
Uma mecha de cabelo, que teria sido arrancada de menina de 12 anos agredida pela mãe de colega, será periciada pela Polícia Civil. O material foi levado pela garota à DEPCA (Delegacia de Proteção à Infância e Adolescência) ontem, ao prestar depoimento.
A confusão envolvendo a mulher, uma esteticista de 33 anos, e a menina foi filmada ontem de manhã, dentro da sala de aula da escola municipal Professor José de Souza, no bairro Buriti, em Campo Grande.
A delegada titular Anne Karine Trevisan disse que o estopim da briga começou com “brincadeira de adolescente”. Em depoimento à Polícia Civil, a menina de 12 anos disse que era amiga do garoto, também de 12 anos.
O garoto teria pedido um abraço para a colega e, na brincadeira, acabou enfiando o dedo no olho da menina que revidou e acabou segurando fortemente no braço dele.
A mãe do garoto também prestou depoimento e disse ter recebido telefonema da diretoria da escola, dizendo que deveria levar o filho para atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) pois teria se machucado.
A mulher justificou o surto dizendo que a menina respondeu com deboche ao ser questionado se ela agrediu o garoto. “É, fui eu mesmo”.
Segundo a delegada, a menina está com manchas vermelhas nas pernas e arranhões no tórax, o que seria decorrente das agressões sofridas. Uma mecha de cabelo teria sido arrancada e foi levada pela menina à polícia. Ela será encaminhada para exame de corpo de delito.
Anne Karine disse não há qualquer registro de boletim de ocorrência contra as crianças. “Eles são tranquilos, não tem qualquer histórico; a mãe não soube lidar com a situação”, disse.
Outras testemunhas serão ouvidas esta semana e provavelmente o caso será relatado em TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) como lesão corporal dolosa e injúria - no vídeo, a mulher grita “vagabunda” -. Em caso de condenação, a pena prevista é de um a três anos de detenção.
O caso também está sendo investigado na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Adolescência) para apurar se a garota é responsável por agredir o menino. A delegacia Ariene Murad já enviou notificação para que ele seja submetido a exame de corpo de delito.
No material recebido pela polícia até agora não há comprovação de que o garoto tenha sofrido fratura no dedo.