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Capital

Piloto chefão de quadrilha vai ficar preso em sede da Polícia Federal

Gerson Palermo sequestrou avião e orquestrou rebeliões em presídios locais

Luana Rodrigues | 30/03/2017 17:15
Gerson Palermo, quando chegou a Superintendência da PF, nesta terça-feira (28). (Foto: André Bittar)
Gerson Palermo, quando chegou a Superintendência da PF, nesta terça-feira (28). (Foto: André Bittar)

A Justiça decidiu manter preso Gerson Palermo, 59 anos, líder da quadrilha desmantelada nesta terça-feira (28) na operação ‘All In’, da Polícia Federal. Segundo a PF, ele passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (29), quando foi mantida a prisão preventiva, e, por hora, vai ficar preso na Superintendência, mas depois deve ser encaminhado para uma penitenciária.

Conforme a PF, o local para onde o traficante será levado ainda está sendo analisado, devido a sua periculosidade. Palermo é um velho conhecido das páginas policiais: já foi detido por organizar e executar o sequestro de um avião que fazia a rota Foz do Iguaçu (PR) e São Luís (MA), em 2000, e liderou o PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul.

Piloto de avião, ele acumula passagens pela polícia desde 1991, quando foi preso em Campinas (SP) transportando drogas. A chamada Operação Mingau, que apreendeu 500 quilos de cocaína e 200 tonéis de substâncias químicas usadas na fabricação de drogas, apreendeu na ocasião carros, caminhões, casas e fazendas do acusado, além de lhe deixar sete anos preso.

Em 16 de agosto de 2000, no entanto, Palermo alcançou o topo do crime organizado ao liderar o sequestro de um Boeing-737-200 da Vasp, que fazia a rota Foz do Iguaçu a São Luís.

Com 61 passageiros e seis tripulantes, o voo foi desviado na ocasião por oito homens armados para uma pista de pouso em Porecatu, no interior do Paraná, a cerca de 70 km de Londrina (PR).

Os sequestradores levaram na ocasião R$ 5 milhões que estavam no compartimento de cargas do avião. Depois de abandonada pelos ladrões, a aeronave, que faria ainda paradas em Curitiba, Rio, Brasília e São Luís (MA), acabou pousando em Londrina.

A prisão de Palermo aconteceu 14 dias depois, em Campo Grande, onde cumpria o restante da pena domiciliar pela primeira detenção.

Drogas apreendidas durante investigação da PF. (Foto: Divulgação/ PF)
Drogas apreendidas durante investigação da PF. (Foto: Divulgação/ PF)

Operação All in - A apreensão de 500kg de cocaína pura, sem batismo, na região do porto de Santos (litoral de SP) em abril de 2016 foi o ponto que culminou no início das investigações da Operação All In da Polícia Federal, responsável por desmantelar uma quadrilha milionária de tráfico internacional de drogas, nesta terça-feira (28), em Mato Grosso do Sul.

Segundo o delegado Cléo Mazzotti, o esquema da quadrilha não abastecia diretamente consumidores, mas sim revendedores da droga. Elas chegavam da Bolívia no aeródromo clandestino estourado nesta manhã pelos agentes em Corumbá (a 419km de Campo Grande), através dos seis aviões apreendidos.

Só depois seguiriam para outros estados, quase sempre São Paulo, por transporte terrestre. Em um desses transportes, outros 300 kg de cocaína foram apreendidos em setembro do ano passado.

Segundo a investigação federal, cidades do Paraná, como Londrina, Campina da Lagoa e Ibiporã, também eram usadas como apoio na distribuição da droga. Aviões também foram apreendidos pelos agentes nestas cidades.

Para Mazzotti, os R$ 7,5 milhões de patrimônio apreendidos mostram que o bando faturava alto com a operação. “A cocaína era de qualidade alta, coisa fina, e eles cobravam caro por não diluíam”, disse.

Além dos bens, os acusados levavam um estilo de vida luxuoso, com viagens constantes, carros caros, casas chamativas e bens de consumo de última geração.

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