Pombo cai em rede elétrica e Hospital Universitário fica 9 horas sem energia
Geradores foram acionados e abasteceram apenas as áreas consideradas essenciais
O Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) ficou 9 horas sem luz após um pombo cair na rede elétrica, estourar o transformador e interromper a distribuição de energia. O caso aconteceu nesta terça-feira (14) em Campo Grande. A ave morreu.
Segundo a assessoria de imprensa da unidade, os geradores foram acionados nos setores onde os pacientes mais críticos, que dependem de equipamentos, estão internados. Os acompanhantes reclamaram da situação por causa do calor.
Ontem, foi um dos dias mais quentes na Capital, quando os termômetros bateram os 37,3ºC às 15h, na estação meteorológica instalada no Bairro Santa Emília. Além disso, a umidade relativa do ar ficou em 20%, muito abaixo do recomendado que é de 60%.
Conforme leitora do Campo Grande News, o hospital estava lotado e ficou muito tempo sem energia. "Minha mãe é idosa, assim como várias pessoas que estão no corredor. Está tenso. Não dão muita informação. Disseram que só tinha luz na emergência, para casos graves. No corredor tem até presidiários. O hospital está muito cheio", lamentou.
Homem de 50 anos, que acompanha o pai de 89 anos, na enfermaria do setor de ortopedia disse que o pai está desde domingo no hospital aguardando para fazer cirurgia. Segundo ele, a luz acabou de manhã e só retornou no período da noite. “Foi bastante difícil suportar o calorão, mas não tinha o que fazer. As equipes do hospital prestaram toda a assistência possível”, destacou.
Os pacientes já foram informados que nesta quarta-feira haverá outra interrupção para manutenção de equipamentos. “Hoje já passaram avisando que novamente terá uma interrupção na energia porque vão fazer manutenção no equipamento. Eles estão adiantando os serviços de limpeza e alguns procedimentos médicos. A informação é de que a interrupção será mais rápida que ontem, porque será programada", contou.
A assessoria informou que a interrupção desta quarta-feira I(15) não tem relação com o caso de ontem e que essas manutenções ocorrem periodicamente e são rápidas.
Muito quente - A acompanhante Alaides Andrade, de 32 anos, reclamou do calorão e ainda denunciou a falta de anestesistas que causam o atraso de cirurgias eletivas e não eletivas. Ela estava no Hospital acompanhando a tia, de 64 anos, que fez cirurgia de amputação de um dos pés no sábado (11). “A minha tia não conseguiu almoçar direito, porque como a cirurgia é recente ela está com dificuldade em se equilibrar. Como está sem energia não conseguiram arrumar a cama, que é elétrica, para que ela pudesse ficar sentada”, disse.
Outro equipamento afetado foram os ventiladores, que são levados para o hospital pelos próprios pacientes. "Nesse calor de 40°C, não tem como ficar sem energia? É revoltante isso. Eu saí de lá com a blusa toda molhada, estava muito calor, parecia um forno no quarto”, comentou.
Ainda foi informado a Alaides que a sua tia aguarda para passar por outra cirurgia, mas ainda não há uma data porque o hospital está sem anestesistas. Outra questão levantada pela acompanhante foi a falta de lençol para os pacientes. Segundo ela, os lençóis que estão sendo usados estão sujos.
A respeito dos lençóis, a assessoria de imprensa informou que o hospital está com processo licitatório aberto para compra de mais enxovais. A falta de lençóis e roupas para pacientes é decorrente de furtos e deterioração dessas peças. Sobre a falta de anestesistas, o hospital confirmou que o problema existe, mas disse que as cirurgias não estão paradas e "atualmente há pregão aberto para contratação de empresa terceirizada".
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