Prefeitura abre centro de atendimento para pessoas com deficiência auditiva
Local reúne todos os serviços públicos, que também cederá intérpretes para eventos sem fins lucrativos
A prefeitura de Campo Grande inaugurou nesta quinta-feira (30) o CMIL (Centro Municipal de Interpretação em Libras), que prestará ao público surdo e com deficiência auditiva todos os serviços públicos. O espaço funciona na sede da SDHU (Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos).
Ficam disponíveis quatro profissionais intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) com três tipos de atendimentos: o presencial, in loco e eventos. Quando solicitado, o atendimento será ofertado para interpretação em audiências judiciais , em atendimentos médicos na rede pública de saúde, em entrevista de emprego, em agências públicas e em atendimentos agendados nas unidades e órgãos municipais.
Para eventos, os intérpretes estão disponíveis para ações realizadas por unidades e órgãos municipais, organizações da sociedade civil, associações, instituições e entidades sem fins lucrativos que atuam diretamente no atendimento de pessoas surdas e com deficiência auditiva. O CMIL não prestará auxílio à iniciativa privada, focando apenas em prestar e auxiliar nos serviços públicos.
Solenidade - No evento de inauguração, o titular da SDHU, Amadeu Borges, destacou que esse público sempre enfrentou dificuldade para ter acesso aos serviços públicos. “Através de intérpretes que colocamos à disposição dos órgãos municipais, vamos fazer a devida prestação do serviço público e começar a acabar com o capacitismo (preconceito com pessoas com deficiência)”, afirmou.
O prefeito Marquinhos Trad (PSD) lembrou que a Capital tem cerca de 8 mil pessoas surdas ou com deficiência auditiva. “Imagina aquele que vai a uma unidade de saúde e não tem condições de se comunicar com os funcionários e essa pessoas não consegue ser atendida até mesmo num Cras (Centro de Referência em Assistência Social). Basta pegar um telefone e ligar e o intérprete auxilia”, pontuou.
A criação do CMIL foi viabilizada por lei sancionada em 2019, de autoria do vereador Otávio Trad (PSD). “Durante anos, os vereadores apresentavam propostas que envolviam interpretação em Libras. E diante de tantos projetos, precisávamos ver o que era possível em um momento de dificuldade financeira (da prefeitura). Então nos unimos para criar esse projeto”, explicou.
A ideia de reunir em um único local esses serviços veio da própria comunidade de surdos e pessoas com deficiência. “Nós conseguimos essa acessibilidade. Em menos de um mês, já temos 120 atendimentos”, frisou Adriano Gianotto, presidente da Afaps/MS (Associação de Famílias, Profissionais e Pessoas Surdas de Mato Grosso do Sul).
O CMIL funciona na sede da SDHU, localizada na Rua Barão do Rio Branco, 2260, das 7h30 às 11h e das 13h às 17h30. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2020-1181.