Preso por assassinar funileiro participou de protesto pedindo investigação
Jorge de Oliveira, de 32 anos, trabalhava na oficina mecânica de Adimilson Estácio, que foi morto e teve o corpo enterrado
Jorge de Oliveira, de 32 anos, que está preso pelo assassinato do funileiro Adimilson Estácio, de 44 anos, postou em suas redes sociais pedido de ajuda para localizar a vítima, em três oportunidades. Mais que isso, deu entrevista para a televisão falando do sumiço do homem para o qual trabalhava, no dia 13 de abril, quando a família de Adimilson fez protesto na frente do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. Vídeo obtido pelo Campo Grande News mostra o momento da gravação da entrevista.
Naquele dia, os parentes cobravam respostas sobre a investigação do desaparecimento, sob responsabilidade da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que fica na Cepol. “Jorginho”, como é conhecido, ficou de frente para a câmera do SBT em MS, e admitiu ter sido o último a falar com Adimilson, segundo ele no dia 31 de março na hora do almoço.
Mentiu, segundo as apurações indicam.
Disse à equipe de televisão que o dono da oficina mecânica na qual trabalhava, depois de almoçar na casa dele havia recebido ligação e dito precisar sair para resolver um “problema pessoal”.
Depois, afirmou ter tido contato com o funileiro por volta das 19h30, e obtido a informação de que estava em Rochedo, a 74 quilômetros de Campo Grande. Segundo a versão, Adimilson foi até lá “ajudar uma pessoa”.
“Tinha uns caras atrás dela para fazer alguma coisa, matar. E ele fugiu com ela”, declarou.
A essa hora, Jorge sabia, segundo o trabalho de investigação, que Adimilson estava mesmo em Rochedo, mas morto e o corpo enterrado. A investigação ponta que o homem preso fez isso junto com Alex Oliveira, de 24 anos, também na cadeia pelo homicídio qualificado, desde ontem.
Os dois trabalhavam com a vítima na oficina, Jorge como funcionário fixo e Alex fazendo diárias quando era necessário.
O motivo – Não apenas o fato de Jorge ter dado entrevista procurando a vítima chama atenção no caso. Os policiais descobriram, segundo apurado pela reportagem, que a dupla decidiu pelo assassinato depois de Adimilson dar conta do sumiço do cartão bancário, descobrir a realização de compras nele, estimadas em R$ 1,6 mil, e falar em denunciar à polícia.
Havia compras feitas na maquinha de pagamento em nome de Alex, o que facilmente levaria até Jorge e Alex como autores do furto. Diante disso, revelam as apurações, os dois resolveram matar Adimilson.
Dinâmica do crime - Atingido com um golpe de barra de ferro, dado por Jorge, o funileiro foi, ainda, asfixiado por Alex. O corpo, então, foi levado para Rochedo, enterrado à beira de um córrego. No mesmo lugar, a motocicleta de Admilson foi jogada na água.
De posse dessas informações, foi pedida pela polícia a prisão temporária, por 30 dias, decretada pela justiça. Alex foi preso primeiro, em Campo Grande, na manhã de ontem, e Jorge foi localizado em Aquidauana, para onde fugiu.
Os dois levaram a equipe da DEH até o local onde enterraram o corpo. Foi preciso ajuda dos bombeiros para fazer isso. A moto segue submersa.
Como a prisão de Jorge foi no período da noite, ele ainda seria interrogado nesta sexta-feira (17). Alex foi ouvido ontem. Os dois vão continuar, por enquanto, presos na DEH.