Procurador da Câmara Municipal é preso suspeito de receber propina
O procurador jurídico da Câmara Municipal, André Scaff, é o principal alvo da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), iniciada na manhã de hoje (20).
Scaff está preso por determinação da Justiça, suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços, no período em que foi secretário de Finanças da Prefeitura, na gestão do prefeito Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.
Oficialmente, o Gaeco e o MPE (Ministério Público Estadual) não fornecem informações sobre o caso. Mas, de acordo com informação apuradas pelo Campo Grande News, a investigação que resultou na operação de hoje apura evolução patrimonial ilícita e irregularidades com relação à quantidade de imóveis de Scaff, que seria incompatível com sua renda.
Scaff é suspeito de receber propinas para aditar e renovar contratos de empresas com a Prefeitura, no período em que foi secretário de Finanças. Com as fraudes, Scaff teria recebido até R$ 3 milhões. O procurador está na sede no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
O advogado dele, José Wanderley, saiu há pouco da sede do grupo policial e confirmou que seu cliente presta depoimento, mas negou que a condução tenha sido coercitiva – quando o acusado é levado a depor. “Ainda estamos tomando conhecimento do motivo”.
Logo depois, chegou na sede outro advogado, Gustavo Marques Ferreira, que afirmou ter ido ao Gaeco somente para buscar a assinatura de Scaff.
Os advogados não confirmam, mas a Justiça determinou o cumprimento de dois mandados de prisão, um contra Scaff e outro contra a esposa dele, Karine Ribeiro Mauro Scaff, três mandados de busca e apreensão nas ruas Paraíba, Eduardo Santos Pereira e Pernambuco, e um quarto em uma fazenda em Nioaque – município 179 quilômetros de Campo Grande.
Vinte e duas pessoas devem ser notificações para prestar depoimento no Gaeco, entre elas há pelo menos dois vereadores, Carlão (PSB), Flavio Cesar (PSDB), e o ex-vereador Paulo Pedra (PDT), que teve o mandato cassado em dezembro de 2015, em uma ação por compra de votos.
Investigado - Em maio, o procurador da Câmara de Vereadores foi alvo de uma ação do Gaeco, que identificou evolução patrimonial incompatível com seus rendimentos.
O Gaeco investiga as condições que transformaram André Scaff em milionária, mesmo sendo funcionário público. O patrimônio de Scaff, identificado pela Polícia, é R$ 3 milhões, mesmo tendo salário mensal de R$ 25 mil.
No início da operação policial, em maio, Scaff acabou preso porte ilegal de arma.