Professor da UFMS é denunciado por estuprar sobrinhos durante férias
Segundo pais de adolescente e de um menino de 11 anos, os dois eram obrigados a tirar as roupas para tio
Em um fim de semana com a família, adolescente de 14 anos resolveu contar algo que por anos ficou escondido durante as férias da escola. Ao lado do irmão de 11, a menina relatou aos pais que sofria abusos do tio desde os 5 anos, até completar 10. Ao ouvir a irmã, o menino também relatou o mesmo tipo de violência sofrida dentro da casa do suspeito, inclusive, com o conhecimento da esposa dele.
A família é de Campo Grande, mas as crianças costumavam passar os fins de semana e férias com os tio em Corumbá.
À polícia, a adolescente repetiu que durante 5 anos de abusos, por diversas vezes o tio "tirou suas vestes e passava a mão em seu corpo, genitália, bem como esfregava o pênis em sua vagina".
O menino também foi ouvido e disse que o tio "se masturbava em sua frente e chegou até a jogar o mesmo no solo e esfregar o pênis em seu rosto, fato este presenciado pela esposa do autor", revela Boletim de Ocorrência, que não teria feito nada. O sobrinho garantiu ainda que o tio "fornecia bebida alcoólica para o mesmo"
Os nomes dos envolvidos não são divulgados para evitar a identificação das vítimas, já que o suspeito é parente de 1º grau. Mas o pai faz questão de destacar que o tio é professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Corumbá, acima de qualquer suspeita.
“Era o tipo ‘tio dos mais queridos’. Já fomos para praia, meus filhos iam sempre passar o fim de semana em Corumbá. Nunca suspeitamos. Uma pessoa estudiosa, inteligente”, lembra o pai.
Motorista de aplicativo, o pai diz que a revelação da filha ocorreu “do nada”. “A gente estava na chácara e ela contou para minha esposa que o tio mexia com eles. Deu detalhes, inclusive, disse que o tio só parou quando ela tinha 10 anos e tomou consciência dos abusos, começou a dizer que ia denunciar para o Conselho Tutelar”.
Segundo ele, a sogra ainda saiu em defesa do filho questionando “porque a menina não contou antes”. O pai considera natural, já que a tendência da criança é esconder dentro da família, por medo. “Agora resolvemos denunciar porque pode ter feito com outras pessoas. Nós nunca suspeitamos”.
Imediatamente, a família voltou para Campo Grande e foi direto à DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente). “Fizeram corpo de delito, constrangedor, mas o pior é o dano psicológico”, comenta o pai.
A delegada responsável pelo caso foi procurada pelo Campo Grande News, mas não retornou a ligação para responder se o suspeito será preso. A reportagem também solicitou à UFMS informação sobre a situação do professor e se alguma denúncia do tipo já havia sido apresentada contra ele.