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Capital

Protesto denuncia desperdício de lixo reciclável e pede ajuda da Justiça

Chloé Pinheiro e Luana Rodrigues | 06/09/2016 11:10
Grupo aguarda presença de promotor público para ajudar na reabertura da área de transição. (Foto: Alcides Neto)
Grupo aguarda presença de promotor público para ajudar na reabertura da área de transição. (Foto: Alcides Neto)

Catadores desempregados há meses por conta do lixão fechado em Campo Grande denunciam que, enquanto estão sem poder trabalhar, o lixo segue sendo depositado e desperdiçado no aterro. "Eles enterram 300 toneladas de material reciclável aqui todos os dias, que poderiam ser aproveitados por nós se a área de transição estivesse aberta", revela João.

A reclamação é feita em protesto que reúne cerca de 50 catadores e bloqueia a BR-262 na manhã desta terça-feira (9). Os trabalhadores, que dependiam da coleta feita no aterro sanitário, fechado desde fevereiro, pedem a reabertura da área de transição, onde o lixo era separado. 

"Trabalhava há 28 anos lá e sustentava meus seis filhos e minha esposa com o material extraído de lá. Depois que fechou, a Prefeitura fez promessas de que ia arrumar emprego na Solurb, mas até agora nada", desabafa João Alves, 39 anos, desempregado há seis meses.

A Solurb, responsável pela gestão de resíduos e pela limpeza da capital, abriu vagas no primeiro semestre para contemplar os catadores que ficaram sem trabalho depois que a área de transição do aterro, por onde são triados os resíduos recolhidos, foi fechada.

Depois de denúncias dos trabalhadores, o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul) interviu na situação e o procurador Paulo Douglas de Moraes afirmou que o número de trabalhadores contratados pela empresa chegava a 256. Mas, segundo os manifestantes, há pelo menos 300 famílias vivendo em situação precária.

O protesto segue de maneira pacífica, com galhos e pneus bloqueando o trânsito que, na verdade, não está chegando nem ali. Presente no local com duas viaturas e um ônibus com 15 agentes, a PRF (Polícia Rodoviária Federal), fez um bloqueio há um quilômetro da manifestação, entre as saídas de Sidrolândia e São Paulo, orientando os motoristas a não passar pelo trecho. 

O grupo pede que o procurador Paulo Douglas compareça ao local para negociar a reabertura da área de transição e negociou com a PRF a permanência até meio dia. A polícia, por sua vez, afirmou que aguardará a saída pacífica no horário e fará a retirada se for preciso. 

Os trabalhadores se organizam ainda para fazer um protesto no Bloco dos Excluídos amanhã (7), no Desfile da Independência. 

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