Réus por exploração sexual infantil ofereciam luxo em troca de silêncio
O plano dos réus era subornar as vítimas, pagando R$ 2 mil e enviando-as a um resort em São Paulo
Na tarde desta terça-feira (12) a Polícia Civil descobriu que acusados de movimentar a rede de exploração sexual infantil em Bataguassu, município que fica a 313 km de Campo Grande, estavam tramando um plano para ‘calar’ as vítimas e evitar depoimentos diante do juiz na audiência que está marcada para amanhã (13).
Segundo informações divulgadas pela polícia, o plano dos réus era subornar as vítimas, pagando R$ 2 mil a cada uma, além de bancar viagem a um resort em São Paulo para afastá-las da cidade durante a audiência.
Ainda conforme as investigações, as que recusaram os valores foram constrangidas, recebendo ligações de indivíduos que se autodenominavam faccionados de organização criminosa.
Na intenção de reunir provas para uma nova fase de investigação, agora focada em corrupção ativa de testemunha e associação criminosa, mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos na cidade.
Entenda - Dois cafetões, que exploravam sexualmente adolescentes, favorecendo o turismo sexual na região de Bataguassu, foram presos durante a Operação Força e Pudor, deflagrada pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) no dia 8 de fevereiro do ano passado. O esquema começou a ser descoberto com a prisão de uma cafetina, conhecida como "Darle Dominical", que mantinha uma lista de clientes, com ex-vereadores, servidores públicos, policiais militares e empresários.
Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra uma mulher de 30 anos e homem de 51 anos. Durante as investigações, foi apurado pela polícia que a dupla agenciava diversas adolescentes, inclusive menores de 15 anos. Os investigados tinham um conjunto de fotos das meninas, o qual era chamado de “cardápio".
Cerca de um mês depois, a polícia chegou em 14 pessoas, que eram clientes e constavam em lista, que começam a ser ouvidos nesta quarta-feira. Os nomes dos envolvidos nunca foram divulgados.