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Capital

Solo encharcado acende alerta para erosões e coloca em risco estrutura de casas

Engenheiro civil explica que água parada no solo infiltra e começa a trincar o asfalto

Izabela Cavalcanti | 23/01/2023 12:30


As chuvas em excesso, que tem ocorrido em Campo Grande, têm favorecido o desmoronamento de asfaltos e, consequentemente, colocado em risco a sobrevivência das famílias. Em alguns casos, o solo encharcado dificulta o tráfego de pessoas para chegar até mesmo na própria residência.

A Rua Luiz Chinaglia, no Bairro Campo Nobre, é um bom exemplo disso. Em vídeo enviado ao Campo Grande News, é possível ver a água avermelhada escorrendo entre a lama formada no local e deformando o asfalto.

O vendedor Fabio Santos da Silva, de 33 anos, está preocupado com um buraco que aumenta com as chuvas e já está chegando bem perto de onde ele mora. “Na frente da minha casa tem um buraco e a calçada já começou a desmoronar. Vai ser questão de tempo para eu perder a calçada também”, conta.

A chuva desta segunda-feira (23) já causou estragos. “Tinha um buraco, taparam e agora já começou a abrir de novo. É daí para pior, isso porque hoje choveu bem pouco. Fica bem pior. Carro mesmo não anda mais na rua. Quando chove, é praticamente impossível andar. Quando o motoboy vai entregar algo, tem que parar a moto na rua de trás e ir a pé entregar”, lamenta.

Asfalto molhado, com buraco na esquina (Foto: Cleber Gellio)
Asfalto molhado, com buraco na esquina (Foto: Cleber Gellio)

Mais buracos - Segundo o engenheiro civil, especialista em infraestrutura rodoviária e em mobilidade urbana, Maurício Faustino, a umidade do asfalto pode acarretar na abertura de mais buracos espalhados por Campo Grande.

“O que estraga muito o pavimento é a água ficar escorrendo por cima da rua. Com o tempo, isso vai comendo o asfalto até que ele chega na base e vai acabando com os asfaltos. Quanto mais chuva tiver, vai amolecendo o solo, infiltrando e cada vez mais comprometendo a base”, explica.

O profissional ressalta a importância de manter a manutenção das ruas e avenidas. “O asfalto tem um prazo de validade, tem que ser sempre corrigido, tapado buraco, porque ele vai trincar, vai fissurar com o tempo, e aí começa a aparecer os buracos. Umas das coisas que o município sempre tem que fazer é dar a manutenção, porque os buracos que deterioram ainda mais esse pavimento”, completa.

Em um exemplo breve citado por Faustino, um asfalto que ainda será pavimentado precisa ter, no mínimo, dois dias de sol direto para começar a ser preparado.

Ele lembra ainda sobre os problemas de escoamento de água que Campo Grande enfrenta. “Toda cidade tem os problemas com a quantidade de chuva. Neste período de chuva, o que tem que estar funcionando muito bem é o sistema de drenagem e o escoamento. Campo Grande é uma das poucas cidades que tem um plano diretor de drenagem, mas o que acontece é que nem todas as obras foram executas ainda. Quanto mais captação de água tiver, é melhor”, pontua.

A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber quantos pontos de captação de água tem na Capital e aguarda o retorno.

Chuva sem parar - Na Capital, nos últimos dias, tem sido comum as chuvas de verão. Primeiro faz calor, depois chove e volta a fazer sol.

Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, em janeiro, teve 13 dias de chuva, totalizando média de 256 milímetros. A previsão é de 16 dias de chuva para o mês, com média de 212,4 mm.

Já passamos da metade do mês, temos ainda uma semana para terminar. Por hipótese, essa média deve ser ultrapassada, tudo indica. A temperatura não vai cair, vai continuar calor. Esse é o mês mais chuvoso do ano”, explica o meteorologista.

Água parada em rua pavimentada de Campo Grande (Foto: Cleber Gellio)
Água parada em rua pavimentada de Campo Grande (Foto: Cleber Gellio)


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