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Capital

Temendo retrocesso no aprendizado, mães querem manter professoras de apoio

Troca das profissionais está prevista para 2 de maio e as mulheres já relataram desequilíbrio nos filhos

Lucia Morel | 28/04/2023 16:22
Alunos se abraçam em escola municipal de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Alunos se abraçam em escola municipal de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Com risco de que os filhos autistas regridam no aprendizado e apresentem crises de ansiedade e depressão, mães buscam apoio da Prefeitura de Campo Grande e da Semed (Secretaria Municipal de Educação) para que as professoras de apoio aos estudantes autistas sejam mantidas. Troca das profissionais está prevista para 2 de maio e as mães que procuraram o Campo Grande News já relataram desequilíbrio nos filhos.

O filho da decoradora Gisele Cândido, de 36 anos, tem 11 e há três estuda na Escola Municipal Antônio Luís de Sá Carvalho, na Vila Célia, onde começou a ser acompanhado por uma professora de apoio. A profissional é a mesma desde que ele entrou na escola e ontem, ao saber que a profissional mudaria, começou a chorar e a se debater. Lembra ainda que essa alteração “pode ser gravíssima para a rotina deles, causando crises, depressão, tristeza e ansiedade”.

“Ele já começou a ter uma crise de ansiedade, e quando é assim, ele vomita. Já falou que não podem tirar a professora dele”, disse a mãe, enfatizando que pelo filho ser autista, existe todo um tempo de adaptação que torna as mudanças muito mais difíceis de ocorrerem. “Todo autista precisa de um acompanhamento longo e de uma rotina. Vai ser difícil demais eles aceitarem uma pessoa diferente”, comentou Gisele.

Marluce Britez Martins Peretto, assistente social de 52 anos, é avó de aluno autista na mesma escola e disse que desde que soube que a professora mudaria, na última quarta-feira, já apresentou mudança de comportamento, fazendo cocô na calça e até arrancando as unhas dos dedões da mão.

“Ele está no finalzinho da alfabetização, não lê fluentemente. Ou ele vai parar ou retroceder com essa troca assim. Hoje já me perguntou o que vai ser dele sem a professora dele na escola. O porto seguro dele na escola é ela”, lamentou a vó, que tem a guarda do neto. Para ela, a situação é desesperadora.

Em contato com a prefeitura, a reportagem não teve retorno até a publicação deste material.

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