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Capital

"Tentei, mas não consegui", diz jovem que quase salvou adolescente de afogamento

Testemunha do afogamento que levou a morte de Matheus Ramires, de 14 anos, narra desespero

Adriano Fernandes e Dayene Paz | 15/04/2022 17:10
Bombeiros tentaram reanimar garoto, mas ele não resistiu (Foto: Dayene Paz)
Bombeiros tentaram reanimar garoto, mas ele não resistiu (Foto: Dayene Paz)

Testemunha do afogamento que levou a morte de Matheus Ramires, de 14 anos, na tarde desta sexta-feira (15), narrou o desespero do adolescente enquanto se debatia no Córrego Botas, na região do Jardim Veraneio, em Campo Grande.

Gustavo Marcelo Moraes, de 18 anos, não estava com o grupo de amigos da vítima, mas tentou salvar o adolescente. Ele acredita que o adolescente decidiu pular no poço do córrego, acreditando que o local era raso.

Policiais militares próximo ao corpo, esperando a chegada da perícia. (Foto: Dayene Paz)
Policiais militares próximo ao corpo, esperando a chegada da perícia. (Foto: Dayene Paz)

"Ele começou a se debater, afundou uma, duas vezes. Então eu pulei de ponta para tentar ajudar, mas ele subia em cima de mim e voltava, subia em cima de mim e voltava. Eu tentei puxar ele uma cinco vezes, mas não consegui", lamenta o garoto.

Na sequência, Gustavo buscou ajuda na residência de um morador da região. "Mas quando retornei já não dava mais para ver ele", completa Gustavo. O morador, pedreiro José Maria Vieira, de 53 anos, saiu de casa correndo e tentou ajudar. “Me chamaram, mas quando cheguei ele já tinha sumido. Peguei um pedaço de pau para ver se achava, mas não deu e ele foi para o fundo”.

O Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionados assim que o garoto desapareceu. Os mergulhadores retiraram ele da água e as tentativas de reanimação duraram 40 minutos. As equipes chegaram a entubar o garoto no local na expectativa de fazê-lo recobrar a consciência, mas não tiveram sucesso.

Matheus e os amigos são indígenas e moram no Jardim Noroeste. Eles estavam na região caçando objetos para fazer roupa de índio, tudo para uma festa que aconteceria na aldeia Ipegue, em Aquidauana.


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