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Capital

Testemunhas depõem contra PM preso por atrapalhar investigação

Três pessoas foram ouvidas pelo juiz da Auditoria Militar, na tarde desta terça-feira; irmão do sargento acompanhou audiência ao lado do advogado de defesa

Liniker Ribeiro | 05/06/2018 16:45
Irmão do PM - à direita - acompanhou a primeira audiência do caso acompanhado do advogado de defesa (Foto: Fernando Antunes)
Irmão do PM - à direita - acompanhou a primeira audiência do caso acompanhado do advogado de defesa (Foto: Fernando Antunes)

Três testemunhas de acusação foram ouvidas, na tarde desta terça-feira (5), na primeira audiência do julgamento do sargento Ricardo Campos Figueiredo, preso no dia 16 de maio, durante a operação Oiketicus, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Acompanhado dos advogados de defesa, o irmão do militar preso em flagrante por posse de arma ilegal e obstrução de Justiça, acompanhou a audiência que durou cerca de uma hora.

Fernando Zaupa, promotor de Justiça e uma das testemunhas de acusação, foi o primeiro a ser ouvido. Ele deixou a sala da Auditoria Militar, localizada no térreo do Fórum de Campo Grande, após meia hora do início da audiência. Como o caso corre em segredo de Justiça, o promotor não revelou detalhes da audiência.

De acordo com informações apuradas pelo Campo Grande News, uma das outras testemunhas ouvidas pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar, seria uma delegada.

A imprensa acompanhou de longe a movimentação no local e nem mesmo o familiar do militar conversou com os repórteres. Ele deixou o Fórum em silêncio, novamente acompanhado pelos advogados, que também não se pronunciaram.

Ricardo Figueiredo segue preso no Presídio Militar de Campo Grande e deve ser ouvido após as testemunhas de defesa. Ainda não data para a próxima audiência, mas os advogados do militar já foram intimados a designar as testemunhas.

Operação - O nome de Ricardo não estava na lista das prisões preventivas que foram realizadas pela Oiketicus, mas acabou sendo preso em flagrante. Ricardo tinha cargo de assessor na Segov (Secretaria Estadual de Governo) e foi exonerado após a operação.

O sargento chegou a ser solto no dia 19 de maio, mas o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) revogou a liminar três dias depois e expediu novo mandado de prisão. De acordo com o destacado pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o sargento, ao visualizar a equipe do Gaeco, danificou seus dois celulares, que deveriam ser apreendidos.

A operação cumpriu mandados em 14 cidades do Estado e mira policiais militares corruptos envolvidos com a “Máfia do Cigarro”. Oiketikus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”.

A força-tarefa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a “tropa de elite” do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), e da Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) prendeu 20 policiais, três oficiais e 17 praças, também segundo apurou o Campo Grande News. Também foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão.

Movimentação em frente da Corregedoria da PM no dia 16 de maio, quando operação foi deflagrada (Foto: Fernando Antunes)
Movimentação em frente da Corregedoria da PM no dia 16 de maio, quando operação foi deflagrada (Foto: Fernando Antunes)
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