Gaeco ouve nesta quarta 12 testemunhas na Operação Oiketicus
Grupo voltou para as ruas nesta manhã para dar continuidade à ação que mira policiais militares envolvidos com a Máfia do Cigarro
Doze testemunhas na Operação Oiketicus, desencadeada na semana passada, serão ouvidas nesta quarta-feira (23) no Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). O grupo voltou para as ruas nesta manhã para dar continuidade à ação. A força-tarefa mirou policiais militares envolvidos com a Máfia do Cigarro.
Segundo o advogado da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), Edmar Soares da Silva, que acompanha quatro das 12 testemunhas, há fragilidade nas provas apresentadas pelo Ministério Público.
Ele já pediu habeas corpus para 7 dos 21 policiais presos durante a operação. “Vou sustentar os habeas corpus, porque a prisão desses militares é uma ilegalidade”, afirmou. Edmar acredita que deveria ter sido aplicadas medidas cautelares, ou seja, afastar os militares do serviço até que a investigação fosse concluída.
Caso - Conforme o Gaeco, policiais de várias patentes e regiões do Estado atuariam associados de forma estável e em dois núcleos principais, ao longo da região de fronteira do Paraguai, de forma a permitir que o contrabando de cigarros ocorre sem fiscalização - ou repressão. Alguns acusados, inclusive, já haviam sido alvos de apurações anteriores por suposta relação com o mesmo crime.
A Oiketicus - inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro” - foi deflagrada no início da manhã de quarta-feira (18), em 14 cidades de Mato Grosso do Sul, a maioria delas localizada na rota do contrabando de cigarros. Ao todo, foram 21 presos. Ao longo do dia, 20 PMs foram levados para a Corregedoria da Polícia Militar, três oficiais e 17 praças. O 18º praça se apresentou à noite. Todos foram encaminhados para celas do Presídio Militar Estadual. Também foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão.
Pagamentos - Foram citados pelo Gaeco pagamentos de R$ 30 mil a R$ 100 mil a oficiais e os “cabeças” de um dos núcleos, enquanto outros suspeitos relatavam, no passado, pagamentos entre R$ 500 e R$ 600 por semana ou “mensalinhos” que, apesar do nome, envolviam pagamentos semanais de R$ 3 mil.