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Capital

Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"

Rotina dos profissionais que precisam se expor ao sol é feita entre trabalho e descansos breves

Por Natália Olliver e Idaicy Solano | 13/11/2023 12:59
Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"
Trabalhadores da construção civil sofrem no calor extremo (Foto: Paulo Francis)

Se trabalhar no calor já é complicado para pessoas que exercem funções em ambientes minimamente climatizados, para aqueles que precisam se expor ao sol é ainda pior. Profissionais da construção civil, por exemplo, sofrem para completar serviços básicos diante da terceira onda de calor que atinge o Estado. Para tentar diminuir o impacto e não atrasar entrega, homens se revezam entre pausas e o serviço.

O chefe de construção Elias da Silva, de 46 anos, explica à reportagem que os três homens contratados trabalham na obra sempre observando a temperatura.

Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"
Chefe de obras Elias da Silva (Foto: Paulo Francis)

“Tem que trabalhar um pouco, descansar um pouco e tomar bastante água. Eles usam protetor solar também porque ficar lá em cima (laje ou telhado) não dá, a gente cozinha no sol quente”. Elias chefia um empreendimento na Vila Nasser. “A hora do descanso varia dos pedreiros, quando sentem que está muito quente param um pouco”.

Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"
Airton Pércio Bucalon, transportista de tijolos (Foto: Paulo Francis)

Airton Pércio Bucalon, de 50 anos, é transportista de tijolos. Ele também utiliza boné ou chapéu para se proteger do sol. Apesar de não estar no momento do registro fotográfico. O protetor solar também é item obrigatório, além da blusa térmica.

“Senão torra no sol, sempre que tem essas altas temperaturas tem que ter muita água e no nosso caso, a gente consome muito isotônico. Não paramos, a gente toca direto e na estratégia mesmo.”

Fora da construção civil, o jardineiro Paulo Oliveira dos Santos, de 55 anos, também ressalta que o trabalho é feito aos poucos devido ao clima. “A gente trabalha um pouco, vai pra sombra, descansa um pouco e volta. A vestimenta é só camisa comprida, capuz, forro, boné, óculos escuro e claro, muito protetor solar”.

Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"
Jardineiro, Paulo Oliveira, só trabalha com chapéu e muita água (Foto: Paulo Francis)

O consumo de água também aumentou no período para Paulo, que trabalha de segunda a segunda, com pausa para almoço. “Paro lá pras 10h30, quando o sol passa a esquentar mais, depois de uma hora a gente começa a trabalhar de novo”.

A temperatura afeta até as tarefas rotineiras de quem precisa se locomover a pé na Capital. A dona de casa Edna dos Santos, de 58, estava indo na frutaria quando foi abordada pela reportagem.

Questionada sobre o calor, ela revela que só consegue realizar os afazeres na rua com o uso das famosas sombrinhas. ”Tá muito quente, pra caramba. Pra poder fazer as coisas tem que sair com muita água e sombrinha".

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Funcionários de obra no Vila Nasser, em Campo Grande (Foto: paulo Francis)

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