Trabalhadores ensinam a sobreviver ao calorão de "um sol para cada um"
Rotina dos profissionais que precisam se expor ao sol é feita entre trabalho e descansos breves
Se trabalhar no calor já é complicado para pessoas que exercem funções em ambientes minimamente climatizados, para aqueles que precisam se expor ao sol é ainda pior. Profissionais da construção civil, por exemplo, sofrem para completar serviços básicos diante da terceira onda de calor que atinge o Estado. Para tentar diminuir o impacto e não atrasar entrega, homens se revezam entre pausas e o serviço.
O chefe de construção Elias da Silva, de 46 anos, explica à reportagem que os três homens contratados trabalham na obra sempre observando a temperatura.
“Tem que trabalhar um pouco, descansar um pouco e tomar bastante água. Eles usam protetor solar também porque ficar lá em cima (laje ou telhado) não dá, a gente cozinha no sol quente”. Elias chefia um empreendimento na Vila Nasser. “A hora do descanso varia dos pedreiros, quando sentem que está muito quente param um pouco”.
Airton Pércio Bucalon, de 50 anos, é transportista de tijolos. Ele também utiliza boné ou chapéu para se proteger do sol. Apesar de não estar no momento do registro fotográfico. O protetor solar também é item obrigatório, além da blusa térmica.
“Senão torra no sol, sempre que tem essas altas temperaturas tem que ter muita água e no nosso caso, a gente consome muito isotônico. Não paramos, a gente toca direto e na estratégia mesmo.”
Fora da construção civil, o jardineiro Paulo Oliveira dos Santos, de 55 anos, também ressalta que o trabalho é feito aos poucos devido ao clima. “A gente trabalha um pouco, vai pra sombra, descansa um pouco e volta. A vestimenta é só camisa comprida, capuz, forro, boné, óculos escuro e claro, muito protetor solar”.
O consumo de água também aumentou no período para Paulo, que trabalha de segunda a segunda, com pausa para almoço. “Paro lá pras 10h30, quando o sol passa a esquentar mais, depois de uma hora a gente começa a trabalhar de novo”.
A temperatura afeta até as tarefas rotineiras de quem precisa se locomover a pé na Capital. A dona de casa Edna dos Santos, de 58, estava indo na frutaria quando foi abordada pela reportagem.
Questionada sobre o calor, ela revela que só consegue realizar os afazeres na rua com o uso das famosas sombrinhas. ”Tá muito quente, pra caramba. Pra poder fazer as coisas tem que sair com muita água e sombrinha".
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