Unidos até na vacina: casal junto há 38 anos e amigos de uma vida recebem doses
Sexta-feira marcou início da vacinação de pessoas com mais de 64 anos

A ampliação do calendário de vacinação levou novo grupo de pessoas aos postos de imunização contra a covid-19, nesta sexta-feira (2). A partir de hoje, pessoas com 64 anos também poderão ser vacinadas e, para muitos, receber a tão esperada dose veio acompanhada da alegria de compartilhar o momento com quem mais se ama.
É o caso da dona de casa Fátima Miranda, de 64 anos, que ao lado do marido, o sindicalista José Hélio, também com 64 anos, recebeu a primeira dose da vacina, esta manhã, no Ginásio Guanandizão.
“Unidos até na hora da vacina”, comemorou Fátima, que mesmo de máscara, não deixou de sorrir com os olhos enquanto aguardava ser chamada para vacinar. “Esse dia foi esperado com muita expectativa. Graças a Deus não tivemos covid, quase não temos saído, estamos nos cuidando, mas, vacinar, traz ainda mais segurança”, destaca.
Feliz em compartilhar o momento com a esposa, seo José Hélio reforçou que os cuidados vão continuar, mesmo após a imunização. “A gente sabe que não é 100% imune, vamos continuar nos cuidando”, afirma.
O dia também foi especial para os amigos Ademir, de 64 anos, e Raimundo, de 65. Parceiros de futebol há mais de 30 anos, os dois também viveram a experiência juntos. “Nos conhecemos jogando bola e estávamos esperando ansiosamente por este dia. Agora estamos vacinados”, comemorou o autônomo Raimundo de Oliveira.
Além da alegria por se vacinar ao lado do amigo, a vacina trouxe esperança para o músico Ademir dos Santos, que contabiliza grandes perdas para a doença.
“É mais uma vitória. Eu nem estava conseguindo dormir, de tão ansioso. Morreu muito amigo meu, parentes, umas 13 pessoas, incluindo meu primo. Foi um susto muito grande, a gente pensa que na próxima semana será com a gente”, argumentou.
Para profissionais da saúde, que participam do momento tão esperado, a alegria de ver casais e amigos se imunizando juntos. “Tem bastante gente vindo com o cônjuge ou entre amigos. Ficam bem emocionados e isso se torna ainda mais gratificante para nós, que estamos aplicando”, revela a técnica de enfermagem Lilian Rose de Araújo Silva, de 32 anos.

Na memória da profissional, tem lugar até para pacientes que enfrentaram dias difíceis devido à doença. “Teve uma idosa que ficou internada 25 dias no CTI e veio vacinar com o esposo. Eu trabalhei 6 meses no CTI, tinha dias que a gente descia um corpo e, quando voltava, já tinha gente ocupando o leito. Então, ver uma pessoa que passou por isso, vacinar, gratificante”, complementa.