Vai ter lockdown? Marquinhos diz que depende do comportamento de cada um
Prefeito disse que respeito às novas regras, como o horário de 20h para sair das ruas vai definir se haverá ou não bloqueio total
Perto das três dezenas de mortes em Campo Grande e com mais de 3,7 mil casos de covid-19, a cidade chega hoje a quatro meses exatos desde o primeiro caso da doença, registrado em 9 de março segundo as tabelas ajustadas pela Secretaria de Saúde. A pergunta sobre a decretação do “lockdown” está no ar e a resposta do prefeito Marquinhos Trad (PSD) a respeito é de que essa medida drástica vai depender do comportamento da população diante das novas resoluções adotadas: toque de recolher às 20h, shoppings abertos só até às 19h e restaurantes e bares com no máximo 40% de sua capacidade.
Ao falar do tema, o prefeito usou o tom rotineiro de pedir às pessoas que obedeçam às regras e, ainda, retomou o uso de metáforas ligadas à religião. Citou o livre arbítrio estabelecido na Bíblia.
“A maneira como estão crescendo os casos, é sinal de que o comportamento não está adequado”, pontuou.
“Deus deu a regras, não matar, não roubar. Tem pessoas que matam e roubam”, citou. Na complementação, afirmou ainda que é difícil controlar até os próximos, quanto mais uma população inteira. “Você não tem controle nem das pessoas que você ama”, declarou.
Para o prefeito, as medidas adotadas deveriam ter sido suficientes, se as pessoas acatassem. Indagado sobre quem diz que tem que sair para trabalhar, pois os lugares estão abertos, o prefeito afirma que se todos os cuidados fossem adotados, como usar máscara, manter as mãos limpas, não haveria o contágio.
E o lockdown ? – Sobre a a adoção do bloqueio para a saída de casa, tradução em português da palavra inglesa “lockdown”, o prefeito diz que há um “limite” percentual para a ocupação dos leitos de UTI, que está em acompanhamento diário.
Quando essa ocupação das vagas em geral passar dos 85%, acende o alerta vermelho, diz o prefeito.
Hoje, diz Marquinhos, a ocupação é de 77% dos leitos para todas os tipos de paciente. Os que são destinados especificamente aos pacientes de covid, segundo ele, tem ocupação menor, pouco mais da metade, afirma.
Além disso, diz que está sendo ampliada a oferta de espaço de internação na ala de terapia intensiva. A prefeitura havia contratado leitos no Proncor, na Clínica Campo Grande e no El Kadri.
Agora, vão ser ativados mais 18 no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, com investimento conjunto entre Estado e Prefeitura. Esses novos leitos são para pacientes de outras enfermidades.
Para tratamento específico de covid-19, são 474 vagas na cidade entre enfermaria e terapia intensiva.