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Capital

Vítima "pediu desculpas 3 vezes”, diz testemunha durante julgamento de PRF

Na versão do policial durante o processo, a vítima provocou suspeita pela forma que dirigia e fez a abordagem após ter sido fechado

Viviane Oliveira e Aline dos Santos | 11/04/2019 11:47
Policial rodoviária federal durante julgamento nesta manhã no Tribunal do Júri (Foto: Marina Pacheco)
Policial rodoviária federal durante julgamento nesta manhã no Tribunal do Júri (Foto: Marina Pacheco)

Durante depoimento no julgamento do policial rodoviário federal Ricardo Hyn Su Moon, que acontece desde as 8h25 desta quinta-feira (11), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, o supervisor comercial Agnaldo Espinosa da Silva, 51 anos, passageiro da Toyota Hilux, contou que no dia do crime, o empresário Adriano Correia do Nascimento pediu desculpas três vezes ao policial, mas mesmo assim acabou morto a tiros. Além dos dois, também ocupava o veículo o enteado de Aguinaldo, Vinícius Cauã Ortiz Simões - que à época era adolescente de 17 anos.

Na versão do policial durante o processo, Adriano, condutor da Hilux, provocou suspeita pela forma que dirigia e fez a abordagem após ter sido fechado, no dia 31 de dezembro de 2016, por volta das 5h40, na Avenida Ernesto Geisel, esquina com a Rua 26 de Agosto. Aguinaldo disse sobre o trajeto que os três fizeram antes da confusão. Eles passaram por um bar e uma boate. Os dois eram amigos há 7 anos.

As perguntas do advogado Renê Siufi, que faz a defesa do policial, foram em torno da questão do consumo de bebida alcoólica feita pela vítima. Já a promotoria questiona a conduta do policial e afirma que o PRF não agiu corretamente durante a abordagem. O procedimento seria mandar o motorista desligar o carro e os três descerem com as mãos levantadas. Durante o julgamento, também foram apresentados fotos mostrando a trajetória das balas.

O vídeo em que o policial diz que agiu em legitima defesa porque o adolescente teria mostrado “qualquer coisa que se assemelhava a uma arma” foi exibido duas vezes durante o júri. Em gravação realizada durante o processo, Moon afirma que “claramente a situação indicava perigo de vida e atirou instintivamente”. O advogado perguntou para as vítimas se elas tinham conhecimento que Adriano usava droga, já havia agredido uma funcionária, furtado energia e estava com medida restritiva.

Vinícius também prestou depoimento e não quis falar na frente do policial. Moon saiu do plenário e só retornou após a declaração da testemunha. Vinícius afirmou que não tinha nada nas mãos. Além da defesa e acusação, os jurados também fizeram perguntas. A promotoria questionou às vítimas sobre os flambadores de sushi que foram encontrados no veículo após duas perícias. Eles afirmaram que não viram os objetos dentro do carro. O resultado do julgamento deve ser divulgado no período da tarde

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