Com prisão, Betão vai a júri popular nos próximos dias
Réu em cinco processos, o funcionário público estadual Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, preso na sexta-feira (28) no Paraguai, pode ir a júri popular nos próximos dias.
Com a prisão dele, dois processos que responde por homicídio doloso que tramitam na comarca de Campo Grande devem ser concluídos. Um deles é do assassinato do policial militar Hudmam Ortiz e baleamento do irmão dele, Hudson Ortiz, crimes ocorridos em 2003. O outro da morte de Claudemar Barbosa Xavier, ocorrida em junho de 2000 no bairro Serradinho.
Os juízes da 1ª e da 2ª Vara do Tribunal do Júri, só aguardavam a prisão para marcar julgamento, já que nenhum júri pode ser realizado sem a presença do acusado. Betão estava foragido desde 2004.
O comunicado oficial sobre a prisão dele ainda não chegou nas mãos dos juízes, mas assim que for recebido, é feito pedido para incluir os processos na pauta de julgamentos.
O advogado de Betão, José Roberto Rodrigues da Rosa, disse que pretende conversar com os juizes Júlio Siqueira Cardoso e Aluízio Pereira dos Santos, para que os júris possam ser realizados o mais breve possível. José Roberto quer conversar ainda hoje com Betão e verificar a possibilidade de algum recurso, mas inicialmente a intenção dele é trabalhar para apressar os julgamentos.
José Roberto explicou que Betão só fugiu após a decretação da prisão pela Justiça de São Paulo. Estado em que ele é acusado dos assassinatos de um empresário e de um geólogo no Guarujá, em 2004. Depois disso, não compareceu mais aos compromissos com a Justiça de Mato Grosso do Sul e também teve a prisão decretada.
Segundo o advogado, um habeas-corpus em caráter liminar sobre o processo de São Paulo tramita no Superior Tribunal de Justiça e já teve parecer da Procuradoria da República. O recurso está nas mãos do ministro Nelson Naves.
Outro homicídio que Betão responde em Campo Grande, é um culposo (sem intenção de matar). O advogado de Betão explicou que neste ele já foi absolvido, mas o Ministério Público Estadual entrou com recurso.
O servidor público ainda responde por corrupção ativa (oferecer propina), cuja sentença deve sair nos próximos dias. Segundo José Roberto, Betão é acusado de oferecer dinheiro pessoalmente ao promotor de Justiça Carlos Alberto Zeola, para que não desse continuidade a uma ação envolvendo fiscais de renda.
Betão foi preso em Pedro Juan Caballero junto com mais dois policiais de Mato Grosso do Sul