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Cidades

Com protesto de estudantes, UFMS decide sobre fechamento de 9 cursos

Estudantes e servidores acompanham reunião em Campo Grande que pode definir a suspensão dos cursos

Humberto Marques e Liniker Ribeiro | 20/09/2018 15:03
Estudantes se mobilizaram contra a possibilidade de a UFMS fechar cursos no Estado. (Foto: Kísie Ainoã)
Estudantes se mobilizaram contra a possibilidade de a UFMS fechar cursos no Estado. (Foto: Kísie Ainoã)

Estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) realizam protesto durante a reunião do Conselho Universitário na tarde desta quinta-feira (20), na presença do reitor Marcelo Turine no Centro de Formação de Professores da instituição em Campo Grande, que discute a possibilidade de fechamento de nove cursos superiores da instituição. Representantes de alunos e docentes se mobilizam para evitar a suspensão dos vestibulares e apontam que tal medida foi tomada em caráter unilateral, caso do curso de Ciências da Computação do campus de Ponta Porã –a 323 km da Capital.

Também estão sob ameaça, segundo informações do Sista (sindicato que reúne servidores da UFMS) os cursos de Gestão Financeira (Tecnológico) no campus de Nova Andradina; Licenciatura em Letras (Habilitação em Português e Literatura) nos campi de Aquidauana e Três Lagoas; Licenciatura em História em Coxim; Bacharelado em Turismo em Aquidauana; e os cursos tecnológicos de Eletrotécnica Industrial, Construção de Edifícios e Saneamento Ambiental, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia em Campo Grande.

Resolução publicada em 4 de setembro prevê a suspensão da entrada de novos alunos no Curso de Ciências da Computação, conforme disse o estudante Fernando Akiito, presidente do Diretório Acadêmico da UFMS de Ponta Porã. Segundo ele, a justificativa para o encerramento do curso seria as baixas demanda e permanência de estudantes.

Fernando afirma que alunos do curso e de outros da UFMS na fronteira, assim como professores e servidores do campus, trabalham na divulgação do curso para tentar reverter a situação. “Ainda não deu tempo de colocar em prática e ter um resultado. Precisamos esperar 2019 para ver se essas ações estão tendo resultado”, afirmou.

Mobilização – Entre os estudantes, a reclamação é de que a medida teria sido tomada por uma “canetada”, de forma unilateral, sem votação ou envolvimento do conselho da universidade. Só de Ponta Porã, 35 pessoas vieram participar da reunião, incluindo representantes dos cursos de Matemática, Pedagogia e Sistemas da Informação. “Outros cursos do campus abraçaram a causa porque, assim como acontece com o de Ciências da Computação, outros podem ser afetados futuramente”, disse o presidente do diretório.

No segundo semestre do curso de Ciências da Computação, Jefferson Moraes Dutra, 17, disse que os alunos foram surpreendidos com a resolução que suspendeu os novos vestibulares, justamente porque vinham sendo tomadas medidas para se tentar manter o curso. Natural do Rio de Janeiro, ele afirma que, nessa situação, poderia pedir transferência para outra instituição melhor estruturada, “já que o campus de Ponta Porã não tem refeitório ou dormitório. Mas como comecei ali, quero contribuir para que o curso continue. A gente sempre quer ver novos cursos sendo criados, não que acabem com um”.

Os estudantes e servidores da UFMS prometem realizar um ato no local, caso os cursos sejam, de fato suspensos. No caso de Ponta Porã, houve aprovação do Ministério da Educação no fim de 2017 para instalação do curso de Medicina, faltando agora tratativas com a prefeitura envolvendo o local da nova faculdade.

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