Corredor da discórdia: quiosques viram impasse à obra milionária da UFMS
Seis mil alunos circulam por corredor central da universidade, que terá reforma ao custo de R$ 1,3 milhão
Dois quiosques estão no meio do caminho de uma obra milionária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. A reforma do corredor central - por onde circulam seis mil alunos ao dia e conta com 40 anos de construção-, começou em julho, mas o avanço depende de decisão judicial se os quiosques, onde funcionam lanchonetes, saem ou ficam.
Além dos dois “sobreviventes”, os quiosques eram parte do cenário do principal corredor da instituição universitária, com comércio de roupas a fotocópias. De acordo com a universidade, auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) identificou que os espaços eram explorados comercialmente há anos, sem pagamento de taxas e com problemas sérios em relação à Vigilância Sanitária.
“Em função disso e por determinação judicial, um quiosque já foi retirado do espaço e os outros dois aguardam definição de processo judicial”, informa a universidade por meio da assessoria de imprensa.
Nos quiosques, funcionários relataram ao Campo Grande News que a questão está há 15 anos na Justiça. A reportagem não conseguiu contato com os proprietários. Na Justiça Federal, foram localizados dois processos. Num deles, a última movimentação, datada de 30 de agosto, é de que ação está à espera de decisão. Ontem (dia 31), a defesa informou que o processo é muito antigo e precisaria consultar o caso.
No processo de retirada dos quiosques, entraram em cena as lanchonetes em contêineres, com quatro cantinas inauguradas em junho. Foi realizada licitação para explorar espaço de 60 metros quadrados, com uma área para mesas e cadeiras.
Na tarde de sexta-feira, os dois quiosques reuniam o público que se diz fiel e que não vê nas lanchonetes empecilho à livre circulação.
Um milhão no chão – A obra é orçada em R$ 1.372.055,73 e a licitação foi vencida pela Elevação Construtora, com sede em Dourados. O processo licitatório previa custo de até R$ 1,7 milhão.
A reforma fará a troca de 8.518, 54 metros quadrados de piso, com inclusão de piso tátil, rampas e atendimento às solicitações de segurança do Corpo de Bombeiros (instalação de iluminação de emergência, sinalização e equipamentos para incêndio e pânico).
Também será feito o levantamento das redes de água, energia e esgoto sanitário que passam por debaixo dos pisos.
A obra abrange o corredor nas proximidades da Faeng (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia) até o Inbio (Instituto de Biociências), e corredores laterais que perpassam os blocos 1 a 4 do setor 1 da Cidade Universitária.
O setor engloba as faculdades de Artes, Letras e Comunicação (Faalc), Ciências Humanas (Fach), Educação (Faed), Computação (Facom), Direito (Fadir), além de atendimento a alunos pela Proaes (Pró-reitoria de Assuntos Estudantis) e Agetic (Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação). O prazo para o término é janeiro de 2020.