Docentes da UFMS seguem posição nacional e fazem paralisação na 6ª feira
Os servidores administrativos docentes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) já estão em estado de greve e paralisam as atividades totalmente na próxima sexta-feira (29), em um dia de alerta ao Governo Federal. A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária realizada pela categoria na manhã desta terça-feira (26). As principais reivindicações da categoria são reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação. Os professores também aprovaram indicativo de greve, mas para 15 de junho.
Os técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e do HU (Hospital Universitário) de Dourados, também aprovaram seguir a posição nacional do plano de greve na sexta-feira.
Conforme o diretor da Adufms, professor Marco Aurélio Stefanes, nas reuniões que as representações nacionais têm mantido com o governo federal, não houve avanços nas negociações das propostas apresentadas pelo magistério das instituições federais de ensino superior (Ifes). “De resposta concreta, é que não houve nenhuma proposta de avanço”, explicou.
Entre as atividades programadas para esta semana na UFMS estão atividades que serão desenvolvidas pelo Sindicato e pelos docentes que visam à mobilização de estudantes e técnicos administrativos em torno de questões comuns aos três segmentos, como manifestações anticorte de 35% das verbas destinadas à Educação, antiterceirização e a favor de uma política que propicie condições para que não ocorra evasão de alunos/as da UFMS, como moradia estudantil, aumento no valor e no número de bolsas destinadas a graduandos e graduandas. A movimentação desta semana culmina com ato público e paralisação na sexta-feira.
Salário
No plano salarial, ancorado pela necessidade de reestruturação da carreira, professores da UFMS decidiram, em abril deste ano, defender as reivindicações do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) entregues aos Ministérios do Planejamento e da Educação. A proposta do Andes redimensiona os vencimentos iniciais com base no salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que em fevereiro deste ano foi de aproximadamente R$ 3,1 mil.
De acordo com o Sindicato Nacional, esse seria o piso salarial de um/a docente iniciante 20 horas. O/a professor/a em início de carreira, com 40 horas, passaria a ganhar, em 2016, R$ 6,2 mil. O/a DE mestre/a iniciaria com seus vencimentos reajustados para R$ 9,6 mil. Já a professora e o professor DE doutor/a começariam ganhando R$ 16,2 mil.
O professor Marco Aurélio, tem argumentado que a reestruturação da carreira docente nas Ifes é estratégica nas negociações. “Parte dos salários dos/das docentes é constituída de gratificações, o que torna a categoria ainda mais vulnerável. Sem readequação da carreira em bases consistentes (assumida oficial e legalmente), a qualquer momento o governo pode tirar esses adicionais”, explica.