Temporários "fogem" e comércio do Centro volta a abrir vagas de emprego
As placas de contrata-se voltaram a fazer parte da fachada das lojas da região Central de Campo Grande, o motivo dessa vez é a "fuga" dos trabalhadores temporários que deixaram de ser contratados por falta de comprometimento e responsabilidade, ou por não se adequarem ao ritmo de trabalho do comércio, segundo os lojistas.
Em pleno mês de janeiro, logo após o período de festas, não é comum terem vagas sobrando no comércio. Mas, na rua 14 de Julho, por exemplo, várias lojas estão contratando para suprir a falta desses funcionários. De acordo com a maioria dos gerentes, o problema não está na falta de qualificação, mas sim no desempenho dos empregados temporários, com isso, após o término do contrato essas pessoas foram sendo dispensadas.
De acordo com a gerente Patrícia da Silva de uma loja de roupas localizada na rua 14 de Julho, os funcionários temporários que foram até a loja chegavam atrasados, faltavam e não tinham compromisso. "O problema é que a pessoa chega aqui e fala que está precisando trabalhar, a gente dá a oportunidade e eles acabam sendo irresponsáveis", comenta.
Na loja, Patrícia diz que são oferecidas duas vagas, uma para vendedora e outra para caixa, ambas as vagas eram ocupadas por funcionários temporários que não se adaptaram ao ritmo do comércio.
Na Loja Uzze, também na rua 14 de Julho, são duas vagas disponíveis, ambas deixadas por funcionários temporários, de acordo com a gerente Suzi Melo de Jesus. "Ficamos com essas duas funcionárias temporárias por 90 dias, mas elas não atingiram a meta e foram dispensadas, agora em janeiro estamos contratando novamente", conta.
Suzi lamenta a dificuldade em conseguir contratar funcionários. Para ela, o problema não são as exigências e nem a qualificação, já que na loja o único requisito é a disponibilidade de horário. "Os funcionários hoje fazem corpo mole, durante a entrevista a gente deixa de contratar uma pessoa que realmente quer trabalhar para dar preferência para aquela que diz que precisa e depois acaba faltando", afirma.
Em uma loja de acessórios na avenida Afonso Pena, a situação é a mesma, de acordo com a funcionária Marcilene Zandona, lá são disponibilizadas duas vagas para atendente, segundo ela os funcionários que foram chamados para trabalhar no fim de ano, não conseguiram se encaixar e não se acostumaram com o horário. "Não conseguimos contratar ninguém em dezembro", conta.
Na loja de roupas Bang!, a gerente Bruna Pessoa conta que também está contratando, como a loja é nova eles não conseguiram efetivar o quadro de funcionários. "Muitas vezes até os contratados não se saem bem e é preciso contratar outras pessoas". Ela diz que a placa está lá para ter um banco de dados e em uma eventualidade já ter currículos para serem avaliados.
A maioria das pessoas que procuram o trabalho temporário, são jovens que querem dinheiro a mais no fim de ano. De acordo com Idelmar da Mota Lima é normal que muitos temporários não se interessem pela vaga. "Essa é a realidade, o funcionário temporário que se destaca ele vai ser contratado, já aqueles que não se interessam pela vaga acaba sendo mandado embora, isso é normal no comércio", conta.