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Cidades

Gaeco vê PCC desarticulado em MS e cobra ações contínuas contra facção

Lidiane Kober | 16/10/2013 14:47
Maior concentração dos integrantes do PCC em MS está na Máxima, em Campo Grande (Foto: Divulgação)
Maior concentração dos integrantes do PCC em MS está na Máxima, em Campo Grande (Foto: Divulgação)

Após ameaça de atentados e de vir à tona conchavos do PCC (Primeiro Comando da Capital) com policiais de São Paulo, o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Marcos Alex Vera de Oliveira, alertou para a necessidade de fiscalização contínua em Mato Grosso do Sul para evitar a reorganização da facção, após ações de combate desenvolvidas em maio deste ano, diante de onda de atentados no Estado.

“Mato Grosso do Sul tem localização estratégia para o PCC por fazer dívida com dois países produtores de drogas e com Minas Gerais e São Paulo, dois dos principais estados consumidores do país. Portanto, há necessidade de acompanhamento contínuo e o que aconteceu em São Paulo serve como alerta para todos os órgãos competentes no combate à facção”, disse o promotor.

Segundo ele, em maio, após o PCC articular o assassinato de sargento da Polícia Militar aposentado em Três Lagoas, foi desenvolvida força-tarefa para desestruturar a facção no Estado. Na época, foram mapeados 330 integrantes do grupo em Mato Grosso do Sul e foi detectada a contribuição de R$ 600 mensais, além de rifas para sustentar o esquema.

Para combater o PCC, foram bloqueados 1,5 mil aparelhos celulares e mais 2,5 mil chips. Também foi desenvolvida ação para desmontar o esquema de financiamento da facção e 25 líderes foram transferidos de presídios. “Na época, conseguimos evitar outros seis ou sete possíveis ataques”, destacou. “Agora, cabe aos órgãos competentes manter esse acompanhamento senão o PCC irá se reestruturar”, alertou o promotor.

Comandante da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos Santos informou que a corporação “desenvolve ações de inteligência com frequência” no Estado. “Só não posso detalhar porque as ações ocorrem em segredo”, frisou. Coronel David disse ainda que troca continuamente as informações de inteligência com a polícia de São Paulo e do Paraná.

Justamente depois dos dois estados, Mato Grosso do Sul é o terceiro com mais adeptos da facção criminosa, conforme relatório elaborado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, divulgado no jornal O Estado de São Paulo. Por aqui, o grupo mantém 558 integrantes, dos quais 469 estão em penitenciárias e 89 são foragidos.

“Aqui, ao contrário de São Paulo, a facção perdeu a característica de ter uma cúpula, as discussões são mais espalhadas e os chefes subdivididos”, comentou Marcos Alex. Segundo ele, isso é resultado da transferência contínua de presídios dos chefes do grupo no Estado.

Força - O mapeamento do MP de São Paulo mostra ainda que o PCC está presente em 22 Estados do Brasil e em três países (Brasil, Bolívia e Paraguai), e domina 90% dos presídios de São Paulo. O faturamento é de R$ 8 milhões por mês com o tráfico de drogas e outros R$ 2 milhões com sua loteria e com as contribuições feitas por integrantes - o faturamento anual de R$ 120 milhões a colocaria entre as 1.150 maiores empresas do País, segundo o volume de vendas.

A droga do PCC vem do Paraguai e da Bolívia. Os três principais fornecedores de drogas seriam o traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo, e os brasileiros Claudio Marcos Almeida, o Django, Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Wilson Roberto Cuba, o Rabugento. O bando tem um arsenal de uma centena de fuzis em uma reserva de armas e R$ 7 milhões enterrados em partes iguais em sete imóveis comprados pela facção. Ao todo, o grupo tem 6 mil integrantes atrás das grades e 1,6 mil em liberdade em São Paulo. Esse número sobe para 3.582 em outros Estados.

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