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Cidades

Golpista de luxo é transferida para delegacia de Dourados

Fabiano Arruda | 30/05/2011 18:32
Em Dourados, Kelly tinha mandado de prisão em aberto desde 2 de dezembro de 2009. (Foto: Reprodução/EPTV)
Em Dourados, Kelly tinha mandado de prisão em aberto desde 2 de dezembro de 2009. (Foto: Reprodução/EPTV)

A sul-mato-grossense Kelly Samara Carvalho dos Santos, de 22 anos, foi transferida na tarde desta segunda-feira para o 1º Distrito Policial de Dourados.

Por ora, ela permanece no local. Os policiais não souberam informar se há plano para que ela seja transferida para outra unidade carcerária.

Conhecida como “Cinderela do Crime”, a golpista de luxo chegou ao município, onde havia contra ela mandado de prisão expedido, desde o dia 2 de dezembro de 2009, pelo Juiz Jairo Roberto Quadros.

A transferência ocorre no mesmo dia em que foi publicada uma entrevista com Kelly na Folha de São Paulo. Na publicação ela afirma ter se aposentado do mundo do crime.

Considerada inteligente e incorrigível pelos promotores paulistas, ela aplicava golpes contra a alta sociedade de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro com tramas mirabolantes, como se passar pela filha do presidente paraguaio, Fernando Lugo, ou utilizar o sobrenome da Tranchesi, que pertence a dona da loja de luxo Daslu.

Samara foi entrevistada na cadeia pública de Viradouro (SP). A reportagem a trata como esperta e cheia de vaidades, uma garota que não deixa de usar roupas de marcas como Lacoste, Calvin Klein, Ellus e tênis Reebok, mesmo na prisão.

A jovem, natural de Amambai, começou seus trabalhos no crime, inventando personagens para aplicar seus golpes ainda com 13 anos de idade.

A prisão anterior ocorreu por furtos em Dourados, se ela tivesse comparecido às audiências poderia estar em liberdade estaria em liberdade. Somente no TJ/SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), ela responde a quatro processos, acusada de furto e estelionato.

Kelly ou Samara como prefere ser chamada, foi acusada de furtar um quadro do artista Joán Miró, avaliado em R$ 37 mil, de uma galeria de arte, fazer compras em São Paulo com cheques roubados e aplicar golpes contra uma idosa. "Confessar eu não confesso. Me acusaram, eu quero que provem. Fui absolvida (do roubo do quadro). Não tinha nem força para erguer a moldura", defende-se.

Com sotaque caipira, meio sul-mato-grossense, ela discorreu para reportagem do jornal paulista sobre suas ações, mas se declarou inocente de todos os crimes, afirmando que as ações ainda não estão concluídas, “transitadas e julgadas”.

Drama - Ela contou que foi abandonada pela mãe ainda bebê e que o pai e a família lhe deram às costas após as denúncias na imprensa e por isso ela cortou o contato com eles.

Alegando gostar da “adrenalina”, a golpista revela o porque dos alvos luxuoso em seus crimes. "Não cresci na favela. E você não gosta de coisa boa, por acaso?", indagou.

Aposentadoria - Após três prisões nos últimos quatro anos, ela afirma que aprendeu a lição e que viverá uma vida comum, quando sair da cadeia. "Aprendi. Apanhei muito da vida. Tenho só 23 anos [até julho ainda tem 22], mas se eu te falar tudo o que eu já vivi", finaliza Kelly.

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