Inércia da União para resolver questão indígena deixa MS sem solução
Em mais uma tentativa de pedir auxílio da União para resolver os conflitos envolvendo terras indígenas em Mato Grosso do Sul, o secretario de governo, Eduardo Riedel e o Secretario de Segurança, José Carlos Barbos, reuniram-se hoje, em Campo Grande, com representantes do Ministério da Justiça para discutir a possibilidade do pagamento de propriedades ocupadas. Atualmente o Estado tem 122 propriedades rurais ocupadas por indígenas
Apesar do encontro, o problema que se arrasta por anos, pode estar longe de ser resolvida. Essa é a segunda vez, em menos de três meses, que assessor especial do Ministério da Justiça e Cidadania, Agostinho do Nascimento Netto, participa da discussão sobre a situação em Mato Grosso do Sul. Mas assim como nas outras situações, nenhum acordo foi concluído.
O assessor disse, conforme informou o governo do Estado, que a União está “tentando estruturar uma solução que sirva como modelo a partir da situação mais específica do Sul do Estado (Caarapó) que possa ser empregada no conjunto de problemas semelhantes das demais regiões”. No entanto, não foi apresentada nenhuma solução efetiva.
Para o secretário de Justiça do Estado, José Carlos Barbosa, o Estado tem assumido os reflexos da ausência da União, e cobrou reforço da Força Nacional, que de acordo com ele, seria a solução para “pacificar a região”.
Já Eduardo Riedel, Secretário de Governo e Gestão Estratégica, defende que o fim dos conflitos se dará indenizando o aos produtores. “O terreno é pantanoso, mas isso não serve de argumento para quem precisa de uma solução. A palavra é uma só: celeridade”, recomendou.
Conflito – Um dos mais graves conflitos entre índios e produtores rurais ocorreu em junho deste ano, em Caarapó - a 280 km de Campo Grande -, na retomada por indígena da fazenda Yvu. Durante a disputa territorial, o indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto. Seis índios ficaram gravemente feridos e duas crianças sofreram queimaduras.
A área ocupada integra o estudo realizado pela Fundação Nacional dos Índios (Funai) para compor a Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I, que está em processo de demarcação há anos.