"Bateu desespero", diz mãe de criança sequestrada
Menina foi sequestrada ao sair da escola, desmaiou e acordou dentro de caminhonete; ela conseguiu fugir
Foi 1h15 de buscas até o coração de uma design de sobrancelha, de 27 anos, respirar aliviado ao encontrar a filha de 10 anos. A menina foi sequestrada ao sair da Escola Municipal Parque São Carlos, em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, no fim da manhã de segunda-feira (28). "Quando não encontrei, bateu desespero", descreve a mãe.
A design, que terá o nome preservado pela reportagem, conta que a menina estava na escola para reforço. "Sempre levo e busco, mas naquele dia ela precisou voltar sozinha". A criança saiu 11h da escola. "Ela vem devagar e chega 11h10, mas quando deu 11h15 e não chegou em casa, fui até a escola".
Ao chegar, a mãe perguntou sobre a filha, mas foi informada que a menina já havia saído no horário de costume. "Voltei pelo mesmo caminho que ela faz. Quando cheguei em casa novamente, não a encontrei", lembra. A mulher então saiu de carro com o marido e passou a fazer buscas. "Voltei na escola, pedi para dar uma olhada dentro, olhei ela não estava".
Foi quando a mãe entrou em desespero. "Começamos a procurar, perguntar para as pessoas, ir na casa das amigas e tentar achar câmeras", conta a design. Após um tempo de buscas, ela recebeu ligação às 12h30. "Era uma amiguinha que viu a minha filha passando muito assustada, andando rápido", descreve.
A mãe voltou correndo para a casa. "Já peguei ela na esquina de casa, com minha vizinha a acalmando". A criança disse que havia sido colocada em uma caminhonete. "Contou que ele veio por trás, colocou a mão na boca e ela fala que dormiu. Quando acordou, estava dentro da caminhonete, no centro da cidade".
A menina disse que não foi ameaçada e nem agredida quando acordou. "Ele apenas fez sinal para ela ficar quieta e minha filha tentou ficar calma, não gritou. Como viu a porta destravada, abriu e saiu correndo", descreve.
O suspeito tem pele negra, cabelos raspados, olhos castanhos e usava óculos escuros. "Pedimos para ela falar onde foi, andamos, mas não encontramos pistas. A única coisa que ela se recorda é que a caminhonete estava suja embaixo", diz a mulher.
A menina passou por exames de corpo de delito e sexológico, que não apontaram qualquer tipo de violência. "Ela passou por uns três exames e não apontou qualquer lesão, graças a Deus", conta aliviada a mãe. Contudo, ela relata ter medo. "De ele querer terminar o serviço. Nem para a escola estou mandando e quando ela for, quero deixar e buscar na sala de aula", fala a mãe.
Procurada, a Semec (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) informou que teve conhecimento do episódio. "A mãe procurou a direção da escola, que prestou apoio à família e auxiliou na busca da criança. Logo em seguida, a mãe comunicou o aparecimento da estudante. A Semec encaminhou a psicóloga que atende a Reme (Rede Municipal de Ensino) até a escola onde aconteceu o caso para conversar com a família e direção, e orientou a gestora da unidade a registrar o fato ocorrido ao Conselho Tutelar", disse em nota.
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