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Interior

“Cachorrão” ganhou liberdade mesmo na lista vermelha da Interpol

Waldemar Pereira Rivas foi solto menos de 3 horas após ser absolvido da morte de Leo Veras

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2022 16:31
“Cachorrão” foi solto quinta-feira, mas está na lista da Interpol (Foto: Reprodução)
“Cachorrão” foi solto quinta-feira, mas está na lista da Interpol (Foto: Reprodução)

Mesmo na listra vermelha de procurados da Interpol, a polícia internacional, o brasileiro Waldemar Pereira Rivas, 41, o “Cachorrão”, foi colocado em liberdade pela Polícia Nacional do Paraguai.

Na quinta-feira (3), Waldemar foi absolvido, por falta de provas, da acusação de envolvimento no assassinato do jornalista brasileiro Leo Veras, ocorrido em fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande.

Menos de três horas após a decisão do Tribunal de Sentença da cidade, o suspeito foi colocado em liberdade. No mesmo dia, a Corte Suprema de Justiça anunciou que fará auditoria na absolvição, mas “Cachorrão” já tinha sido colocado em liberdade. Ele seria membro da facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo o jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, 24 horas após o bandido ser colocado em liberdade, apareceu na lista de procurados da Interpol o mandado de prisão para fins de extradição, expedido pela Justiça brasileira.

O caso levantou suspeitas de que o mandado de prisão foi removido temporariamente do sistema da Polícia Nacional. Fato semelhante já ocorreu com outros bandidos procurados pela polícia internacional, mas que permanecem em liberdade naquele país.

Waldemar Pereira Rivas, que também tem cidadania paraguaia, estava recolhido na Agrupación Especializada, sede de grupo de elite da Polícia Nacional, localizada na capital Asunción.

O comissário Jose Velázquez, chefe da unidade, disse que foi feita busca no sistema antes de o bandido ser colocado em liberdade e não teria aparecido nenhuma ordem de captura.

Após o caso virar outro escândalo, a Polícia Nacional e o Ministério Público do Paraguai fizeram jogo de empurra sobre a responsabilidade.

Hoje, o chefe da Interpol no Paraguai, Carlos Duré, disse que o “alerta vermelho” que existe contra “Cachorrão” não significa que pesava contra ele uma ordem de prisão internacional.

“No Paraguai, essa notificação é para que a polícia faça a detenção provisória do suspeito para aguardar o processo de extradição”, explicou. Ele também alegou que o fato de o bandido ter dois nomes dificultou a busca feita pelos policiais antes da liberação.

Crime em Dourados – “Cachorrão” é procurado no Brasil por latrocínio (roubo seguido de morte), ocorrido em 30 de abril de 1998 em Dourados, cidade a 100 km do território paraguaio.

O crime foi praticado por jovem brasileiro de 18 anos, tendo como vítima o douradense Nilson Soares, 25. Waldemar Rivas foi preso dois anos depois em território paraguaio com a moto levada no assalto.

Em 2008, ele foi extraditado para o Brasil para cumprir a pena por envolvimento no latrocínio e saiu em regime semiaberto em 2012. Entretanto, ele descumpriu o regime e voltou para Pedro Juan Caballero. Nos últimos anos, colecionou várias prisões e atualmente é apontado como “disciplina” do PCC na fronteira.

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