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Interior

Candidato preso tenta se livrar de tornozeleira para fazer campanha

Rafael Chupim é suspeito de integrar facção vinculada ao PCC e foi preso em ação que apreendeu 503 kg de maconha

Silvia Frias | 08/10/2020 09:56
Candidatura de Rafael Chupim (MDB) está sob análise no site do TSE (Foto/Reprodução)
Candidatura de Rafael Chupim (MDB) está sob análise no site do TSE (Foto/Reprodução)

A Justiça Federal de Ponta Porã alterou o período de recolhimento noturno de candidato a vereador em Aral Moreira, a 364 quilômetros de Campo Grande, que já foi preso por suspeita de integrar facção criminosa vinculada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Rafael Santana de Souza, o Rafael Chupim (MDB), 32 anos, é  monitorado via tornozeleira eletrônica desde junho.

A autorização data de 6 de outubro, sendo publicada na edição de hoje do Diário da Justiça Federal.

Chupim foi preso no dia 25 de junho deste ano, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal e foi beneficiado com liberdade provisória no dia 14 de julho, sob monitoramento eletrônico e outras medidas, como comparecimento bimestral à Justiça e recolhimento noturno, das 19h às 5h.

No dia da prisão, Rafael Chupim estava no endereço de um dos mandado de busca cumpridos pela PF (Polícia Federal), em que foram apreendidos documentos, celulares e chips. No imóvel contíguo, os policiais encontraram 503 quilos de maconha.

No teor do processo, consta que “há fortes indícios” da participação dele no tráfico de drogas por se tratar de casa contígua ao imóvel onde foram encontrados integrantes do PCC ligados a Elton Leonel Rumich da Silva, o “Galã”, um dos líderes do PCC na fronteira.

Naquele período, Rafael Chupim negou envolvimento com o tráfico de drogas e disse estar na casa porque mantinha relacionamento com garota de programa. A defesa também disse que ele estava em outro imóvel, separado por muro da outra casa, em que a droga foi encontrada.

Consta da investigação porém que, depois da prisão, foi construído o citado muro com a casa onde Rafael Chupim foi preso.

O pedido - No recurso, Rafael Chupim pediu a retirada da tornozeleira, alegando ser candidato a vereador em Aral Moreira e que precisaria transitar pela zona rural do município para fazer campanha eleitoral.

O MPF (Ministério Público Federal) manifestou-se pelo indeferimento do pedido, mas não se opôs a medida alternativa, de alterar o horário de recolhimento noturno do candidato.

Na decisão, a juíza Carolinne Scofield, da 1ª Vara Federal de Ponta Porã, indeferiu o pedido de retirada da tornozeleira, mas autorizou a alteração do horário: o período de recolhimento será a partir das 22h até dia 15 de novembro, data das eleições, voltando, posteriormente, ao que havia sido estabelecido, das 19h às 5h.

No despacho, a juíza considerou ainda a falta de viabilidade técnica de cobertura de monitoramento na zona rural e, para não prejudicar a candidatura, permitiu que o requerente informe os dias em que pretende comparecer na região.

A reportagem não consegui contato com o candidato a vereador.

Situação – a candidatura de Rafael Chupim está sob análise no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral, à espera de julgamento.

O candidato anexou as certidões de “nada consta” da Justiça Estadual e da Justiça Federal, o que significa que ele não tem “processos e/ou procedimentos distribuídos” nessas esferas.

A reportagem entrou em contato com assessoria da Justiça Federal para averiguar como o documento foi expedido sendo que ele está sendo investigado por tráfico de drogas, conforme consta no despacho que permitiu a alteração do recolhimento noturno e aguarda retorno.

A informação do TRE-MS é que o deferimento das candidaturas depende dos documentos apresentados pelos candidatos.

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