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Interior

Chefe do crime organizado na fronteira, “Dogão” é metralhado no Paraná

Cléber Riveros Segovia foi morto em Sertaneja, onde morava há 15 dias após se mudar de Ponta Porã

Helio de Freitas, de Dourados | 28/10/2022 09:58
Cléber Riveros Segovia, o “Dogão”, executado hoje no interior do Paraná (Foto: Arquivo)
Cléber Riveros Segovia, o “Dogão”, executado hoje no interior do Paraná (Foto: Arquivo)

Mais um chefe do crime organizado na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai chegou ao fim da vida crivado de balas. O brasileiro Cléber Riveros Segovia, o “Dogão”, foi executado a tiros de metralhadora na madrugada desta sexta-feira (28).

Em julho deste ano, o Campo Grande News revelou com exclusividade que o bandido de 31 anos de idade estava espalhando terror através de ameaças de atentados e assassinatos de rivais na linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), para tentar se firmar com novo “patrão” da fronteira.

“Dogão” chegou a conversar com a reportagem pedindo para que sua foto e seu nome fossem retirados da matéria alegando não ter qualquer envolvimento com o crime organizado.

Entretanto, fontes policiais reafirmam que há meses ele estava em guerra com outros bandidos sanguinários da fronteira, entre eles Marcio Sánchez, o “Aguacate”, ex-segurança de Jorge Rafaat Toumani e chefe do mais poderoso grupo de pistoleiros em atividade no Paraguai.

Há 15 dias, “Dogão” se mudou de Ponta Porã para um condomínio fechado na Represa Capivara, em Sertaneja, cidade localizada na região metropolitana de Londrina (PR).

Segundo a Polícia Militar do Paraná, os pistoleiros chegaram ao condomínio de barco. Encapuzados, eles invadiram a casa onde Cléber Riveros Segovia morava com a mulher e o mataram com vários tiros. Depois fugiram sem deixar pistas.

Em julho deste ano, dossiê apontou “Dogão” como o atual aspirante ao cargo de “chefe dos chefes” do tráfico de drogas e de armas nas cidades-gêmeas Pedro Juan Caballero (Paraguai) e Ponta Porã (MS).

Procurado pela Justiça brasileira, “Dogão” movimentou os meios policiais fronteiriços naquele mês. O serviço de inteligência da polícia descobriu que ao menos 40 homens fortemente armados teriam sido mobilizados para atacar um rival dele, mas o ataque não se concretizou.

Segundo o dossiê, que inclui fotos e dezenas de nomes de supostos cúmplices de “Dogão” – entre eles um policial da reserva da PM de Mato Grosso do Sul – para se impor como “patrão”, Cléber Pavão seguia os passos do brasileiro Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.

Entre 2017 e o início de 2019, Minotauro teria ordenado execuções em massa de seus inimigos e de quem ameaçava sua ascensão. Entre os mortos estavam um policial civil e um ex-vereador de Ponta Porã. O bandido foi preso em fevereiro de 2019, em Balneário Camboriú (SC), para onde fugiu após ser caçado pela polícia da fronteira.

Segundo fontes policiais da fronteira, Cléber Segovia, o “Dogão”, contava com apoio da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) para se impor como chefão do crime na linha internacional e eliminar rivais em Pedro Juan Caballero/Ponta Porã e em Zanja Pytã/Sanga Puitã.

CNH de Cleber Riveiros Segovia, o nome brasileiro de "Dogão" (Foto: Reprodução)
CNH de Cleber Riveiros Segovia, o nome brasileiro de "Dogão" (Foto: Reprodução)

O apoio da facção veio através de seu primo, Victor Moreno Segovia Peralta, integrante do PCC e atualmente preso em Mato Grosso do Sul. Outro elo entre “Dogão” e a facção criminosa seria o cunhado dele, responsável pelo armazenamento e remessa de droga da fronteira para cidades controladas pela organização.

Entretanto, segundo fontes policiais, “Dogão” tinha se tornado independente e tentava se firmar como novo chefe do tráfico montando a sua própria organização. Ele tinha outra identidade no Paraguai, onde usava o nome de Cleber Segovia Pavon, natural de Pedro Juan Caballero.

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