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Interior

Chefe do tráfico foi preso em chácara de R$ 1 mi com piscina e área de lazer

Chácara Rédea Curta, entre Dourados e Itaporã, deu nome à operação realizada pelo Gaeco; oito pessoas foram presas

Helio de Freitas, de Dourados | 06/08/2015 11:42
Área externa da casa de Wilton Leite da Costa na “Chácara Rédea Curta”, localizada na margem da MS-156 (Foto: Divulgação)
Área externa da casa de Wilton Leite da Costa na “Chácara Rédea Curta”, localizada na margem da MS-156 (Foto: Divulgação)

Wilton Leite da Costa, o “Vila Vargas”, preso terça-feira (4) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) acusado de chefiar um esquema de narcotráfico na região de Dourados, a 233 km de Campo Grande, ostentava uma vida de luxo e conforto, com festas, carros e motos caros. Nas redes sociais, até o filho dele fazia questão de se vangloriar da “vida diferenciada”.

Acusado de movimentar R$ 15 milhões em um ano levando cocaína para São Paulo e Paraná escondida em fundos falsos no painel e sob o banco de veículos, Wilton Costa foi preso na “Chácara Rédea Curta”, localizada na margem da MS-156, rodovia que liga Dourados a Itaporã. Avaliada em pelo menos R$ 1 milhão, a chácara deu nome à operação do Gaeco.

Segundo agentes que participam das investigações, a chácara era a área de lazer de Wilton Vila Vargas. Com piscina, churrasqueira feita em tijolinho à vista e móveis de madeira maciça, a chácara tinha até um pequeno palco para shows em frente a uma ampla varanda, decorada com fotos de cavalos de raça. Nos fundos da chácara, ao lado da piscina, a vista era para uma área verde, com árvores frutíferas.

O Gaeco ainda não concluiu o levantamento sobre veículos, documentos e computadores apreendidos na terça-feira, quando foram cumpridos oito mandados de prisão, 18 mandados de busca e apreensão, seis mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à delegacia para depoimento e liberada em seguida) e seis notificações para depoimentos posteriores.

Wilton Leite da Costa (ao centro, de camiseta azul e vermelha) e outros seis envolvidos no esquema de tráfico (Foto: Divulgação)
Wilton Leite da Costa (ao centro, de camiseta azul e vermelha) e outros seis envolvidos no esquema de tráfico (Foto: Divulgação)

Os presos – Além de Wilton Leite da Costa, que tinha outras quatro identidades falsas, foram presos o “braço direito” dele no esquema, Gustavo Belmonte da Silveira, Marcos Oliveira dos Santos, Ailton de Castro Oliveira dos Santos, Allan Yuri Arakaki de Morais, Alisson Spessotto de Souza, Bruno Henrique Duarte e Rogério Esterque da Silva.

O oitavo suspeito com mandado de prisão preventiva decretado, Cleberson Neris de Oliveira, já estava preso. Ele tinha sido flagrado no dia 23 de julho pela Guarda Municipal após entregar uma mala com 9 kg de maconha para uma moradora de Aracaju (SE). Cleberson era funcionário de uma garagem de veículos na Rua Hayel Bon Faker, no Jardim Água Boa, onde o Gaeco esteve na terça.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Garagens – O Ministério Público investiga também a ligação de Wilton Leite da Costa com garagens de compra e venda de veículos. Quatro mandados de busca foram cumpridos em três lojas de Dourados e uma de Ponta Porã.
De acordo com promotora Cláudia Loureiro Ocariz Almirão, do Gaeco, o procedimento em andamento apura lavagem de dinheiro nas garagens. “O grupo levava drogas para São Paulo e Paraná e alguns dos veículos trazidos como pagamento eram deixados nessas garagens para serem comercializados”, disse ela.

Dinheiro – A polícia ainda investiga se pertence a Wilton Costa se os R$ 67.100 em notas de 10, 20 e 50 reais apreendidos na semana passada na BR-463 por policiais civis que investigavam denúncia de tráfico de drogas

O dinheiro estava em um Toyota Corola rebocado por um caminhão guincho que tinha saído de Ponta Porã. A denúncia que chegou à polícia revelava presença de droga no carro, mas havia apenas dinheiro. O Corola pertence a Wilton Costa, mas ele nega ser dono do dinheiro.

(Foto: Divulgação)
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