Em Mato Grosso do Sul faz assim: vacina é "aplicada" até em cima de cavalo
Técnico encarou cavalo para simular vacinação contra covid em pantaneiro de fazenda da Nhecolândia
A foto que tem ganhado as redes sociais mostra que no Mato Grosso do Sul vacina é dada até em cima de cavalo. Na verdade, a imagem não passa de uma brincadeira com fundo de conscientizar e mostrar que a imunização contra a covid-19 chegou em todo o Estado, até nas áreas de mais difícil acesso como as fazendas do Pantanal.
A imagem foi tirada por volta das 12h dessa quarta-feira (14), na Fazenda Piracicaba, região da Nhecolândia, e mostra o técnico de enfermagem Everton Nilton Pereira Mauriense, de 29 anos, "aplicando" a vacina.
Corumbaense nascido e criado na Cidade Branca, foi a segunda vez que ele viajou para fazendas do Pantanal, das duas vezes foi a trabalho, justamente para levar imunização.
Há nove anos atuando na área da saúde, ele atende a ligação brincando: "vocês que estão atrás de mim?" Isso porque a foto foi postada nas redes sociais do titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) Jaime Verruck e teve dezenas de compartilhamentos.
"Isso mesmo, sou eu ali que estou vacinando", se apresenta. Além de técnico, Everton também é estudante de Enfermagem.
"Novidade" para o técnico, foi a primeira vez que ele montava num cavalo, isso depois de ser desafiado a vacinar assim. "Mas foi só uma brincadeira ali pra gente chamar a atenção e estimular a população a se vacinar. É um trabalho que está sendo muito bem feito, o pessoal todo é muito acolhedor", diz.
Depois de ser desafiado a subir no cavalo, o técnico ainda ficou pensando: "será que eu faço isso? Nunca tinha montado, foi a primeira vez, mas minhas colegas falaram: 'vai, eu sei que você consegue, vai lá e faz'", conta.
O difícil foi achar quem aceitasse ser vacinado por ele montado em outro cavalo. "A gente pediu, a ideia era ser uma mulher, mas ela ficou com medo, achou que fosse aplicar de verdade, aí foi esse rapaz, que se chama Gabriel", explica.
A vacinação foi simulada, a seringa estava vazia e a cena foi armada depois que os técnicos terminaram a vacinação de 300 pessoas que trabalham em fazendas da região.
"Foi só uma simulação mesmo. Eu subi sozinho, mas com o pessoal me orientando. E só subi porque o cavalo era manso", enfatiza o técnico.
A cena foi toda armada mesmo, até o chapéu era emprestado.
"A gente quer mostrar que a vacina está acontecendo, mas de verdade, ninguém vacinou no cavalo, não. A gente preparou uma salinha reservada, tudo bem certinho, com toda a segurança, precisava de cadastro", descreve como é o trabalho na prática.
Sobre a pandemia, Everton fala que está na linha de frente desde o início da covid, e que chegou a perder amigos e colegas de trabalho. "Fiquei muito sentido, gente que trabalhou comigo na saúde", comenta.
Imunizado e no trabalho de campo, Everton se sente "maravilhoso" por levar a vacinação para os trabalhadores rurais. "Agradeço todos os dias por levar vida para as pessoas, ainda mais gente de longe, que não tem informação, não tem internet, não tem noção do que se passa. A vacina é importante, a vacina é vida", deixa o recado.
Questionado se depois da experiência toparia vacinar em cima de cavalo, ele brinca dizendo que sim. "Mas precisa ser manso", encerra.