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Interior

Força Nacional permanecerá por mais 60 dias em área de conflito

Gabriel Maymone | 16/08/2017 11:15
Agentes da Força Nacional estão desde junho em área de conflito em Caarapó (Foto: Helio de Freitas)
Agentes da Força Nacional estão desde junho em área de conflito em Caarapó (Foto: Helio de Freitas)

A Força Nacional de Segurança Pública vai permanecer por mais 60 dias em Caarapó, distante 283 quilômetros de Campo Grande. A medida atende a uma solicitação do governo do Estado para apoiar a Polícia Militar nos conflitos por terras entre índios e produtores rurais.

A portaria do Ministério da Justiça determinando a prorrogação está publicada na edição desta quarta-feira (16) do Diário Oficial da União. A Força Nacional está em Caarapó desde 15 de junho de 2016.

As ações nas áreas de conflitos agrários também contam com representantes do Ministério Público Federal e da Fundação Nacional do Índio (Funai). A orientação à Força Nacional é “garantir a incolumidade das pessoas, do patrimônio e a manutenção da ordem pública”, diz a portaria.

No dia 3 de agosto, houve tentativa de invasão de índios na Fazenda Santa Maria, vizinha da aldeia Tey Kuê. A Tropa de Choque da PM foi acionada depois de relatório da PM e da Força Nacional apontarem risco de confronto na área. Após a ação, os índios recuaram.

Área de conflito – Com 17 propriedades invadidas desde junho do ano passado, o município de Caarapó se tornou um campo de guerra entre índios e fazendeiros após o confronto que terminou com a morte do agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, 26, e com seis índios feridos a tiros.

O confronto ocorreu na fazenda Yvu, invadida dois dias antes, durante tentativa fracassada de um grupo de produtores para despejar os índios. A Justiça Federal determinou a reintegração de posse das áreas, mas a medida foi suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em dezembro do ano passado.

Os fazendeiros Nelson Buainain Filho, Dionei Guedin, Eduardo Tomonaga, o "Japonês", Jesus Camacho e Virgílio Mettifogo foram presos pela Polícia Federal em agosto do ano passado acusados pelo ataque aos índios. Soltos após um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, eles aguardam o processo em liberdade.

A Funai alega que os índios têm direito às fazendas, que ficariam dentro dos limites da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I. O território, que inclui uma área total de 55,5 mil hectares nos municípios de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã, faz parte do relatório circunstanciado de identificação e delimitação, publicado em maio do ano passado.

(Com informações da Agência Brasil)

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