Fumaça, helicóptero e correria; clima de guerra em área invadida por índios
Imagens retratam medo de funcionários quando índios se aproximavam da fazenda Santa Maria e correria provocada por sobrevoo de helicóptero da Polícia Militar
A invasão da fazenda Santa Maria, ontem de manhã em Caarapó, a 283 km de Campo Grande, levou clima de guerra para a área, que fica a 25 quilômetros da área central da cidade, na margem da estrada que liga ao município de Laguna Carapã.
Vídeos obtidos pelo Campo Grande News mostram funcionários assustados quando os índios se aproximavam da sede. O local estava coberto de fumaça oriunda do incêndio provocado pelos índios, segundo os trabalhadores.
Já imagens gravadas pelos índios retratam a tensão provocada pela aproximação do helicóptero da Polícia Militar. “Recua, recua, recua”, pede um dos índios. Disparos e uma explosão são ouvidos nesse momento, mas ainda não informação oficial se o confronto deixou feridos.
Jovens indígenas são vistos nas imagens, alguns com o rosto coberto. “Se vocês querem matar todos nós, pode matar, cara. Você quer matar nós, pode matar”, grita o índio que está gravando as imagens.
Em outro vídeo, também gravado pelos índios, é possível ver um grupo de policiais militares com escudos, entre as casas da fazenda, como mostram as imagens abaixo.
A Polícia Militar ainda não se manifestou oficialmente sobre a presença da tropa na sede da fazenda invadida. A propriedade é reivindicada por moradores da aldeia Tey Kuê como parte do Território Dourados Amambay-Peguá, identificado em estudos publicados em maio de 2016.
Pelo menos outras 17 propriedades rurais estão ocupadas por índios no município de Caarapó. Em julho do ano passado, os índios tentaram invadir a fazenda Santa Maria, mas recuaram após a chegada de homens da Força Nacional e policiais militares.
Em junho de 2016, produtores rurais enfrentaram os índios durante ocupação da fazenda Yvú, a poucos quilômetros do local. Um agente de saúde indígena morreu e outros seis índios ficaram feridos. Seis fazendeiros respondem pelos crimes e a fazenda continua invadida.