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Interior

Invasão na UFGD completa uma semana e negociações não avançam

Na página do movimento no Facebook, servidores da universidade reclamam por não conseguirem entrar no local de trabalho

Helio de Freitas, de Dourados | 16/11/2016 09:46
Prédio da reitoria da UFGD está invadido há uma semana (Foto: Franz Mendes)
Prédio da reitoria da UFGD está invadido há uma semana (Foto: Franz Mendes)
Estudantes fazem limpeza em prédio da reitoria da UFGD (Foto: Divulgação)
Estudantes fazem limpeza em prédio da reitoria da UFGD (Foto: Divulgação)

Completa uma semana hoje (16) a invasão do prédio da reitoria da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), localizado na Rua João Rosa Góes, área central da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Os universitários protestam contra a PEC 55, que congela os gastos do governo federal, e contra a reforma do ensino médio. Em Dourados, o movimento também cobra esclarecimentos sobre os cortes nos gastos da UFGD e maior participação dos estudantes nas decisões da universidade.

Na segunda-feira houve tentativa de acordo com representantes da instituição, principalmente para permitir a entrada de alguns servidores no prédio da reitoria, mas a negociação não avançou.

Na página do movimento na rede social Facebook, o “Ocupa UFGD” afirma que durante as negociações sobre uma escala de trabalho no prédio da reitoria, os representantes da universidade teriam tratado os manifestantes “com extrema hostilidade”.

“Uma estudante sofreu ataques morais e o tratamento utilizado pelos representantes foi desrespeitoso e incompatível com o que deveria ser, por exemplo, a postura de um servidor que ocupa cargo na Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis”, afirma o movimento.

Os manifestantes também acusaram representantes da UFGD de “atitude machista e desrespeitosa” durante as negociações. “Deixamos claro que as medidas legais cabíveis serão tomadas”.

Diante da falta de contraproposta da reitoria para o funcionamento de alguns setores do prédio, os universitários levantam suspeita de “sabotagem” para não facilitar um acordo, “o que causaria prejuízos aos estudantes, e assim ainda colocar a culpa no movimento ‘Ocupa UFGD’ a fim de criminalizá-lo, incitando os demais estudantes a se posicionarem contrários à ocupação”.

Os manifestantes afirmam que em decorrência dos acontecimentos desta semana, a partir de agora só vão dialogar com a reitora Liane Calarge ou com o vice-reitor Marcio Eduardo.

Críticas – No espaço de comentários da página do movimento no Facebook, vários servidores da universidade criticam a invasão do prédio por não conseguirem ter acesso ao local de trabalho.

“Ter que implorar para trabalhar é vergonhoso. Lamentável o desprezo com que os servidores estão sendo tratados. A reitoria tem buscado o diálogo incessantemente. Para mim está claro o descompromisso dos ocupantes para com toda a UFGD e a causa própria dessa ocupação”, escreveu um servidor.

“Eu juro que me esforcei para identificar o desrespeito e a hostilidade praticada pelos servidores contra os estudantes, mas o meu dicionário identifica tal conduta de outra forma”, escreveu outra.

“# OCUPA CIAT, alguém do movimento? Lá ninguém quer ocupar né!”, questiona outro internauta. O Ciat é a atual Casa do Trabalhador, órgão estadual que disponibiliza vagas no mercado de trabalho.

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