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Interior

Justiça decreta prisão de grupo que matou garoto por vingança

Adolescente foi acusado falsamente de estupro e morto com facadas no pescoço e tórax

Por Dayene Paz | 16/01/2024 07:18
Cinco presos em ação conjunta das polícias Civil e Militar. (Foto: Divulgação)
Cinco presos em ação conjunta das polícias Civil e Militar. (Foto: Divulgação)

A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que o grupo acusado de matar um adolescente com requintes de crueldade continue atrás das grades. O rapaz, de 17 anos, foi assassinado com facadas no tórax e pescoço após ser acusado falsamente de estuprar uma menina de 14 anos, em Deodápolis, a 265 km de Campo Grande. Cinco homens, entre eles o pai da suposta vítima do abuso, foram presos.

A prisão preventiva foi decidida pela juíza Natalia Devechi Picoli Antunes, na noite desta segunda-feira (15), durante audiência de custódia. "(...) a custódia cautelar dos autuados se revela ser não apenas a medida mais adequada para a espécie, mas, sobretudo, a mais necessária, ante a necessidade de resguardo da ordem pública, uma vez que o crime foi praticado, em tese, com violência desmedida, conforme deflui da leitura das peças existentes até então, demonstrando a periculosidade dos autuados".

Em vídeo divulgado pela PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), o delegado de Deodápolis, Anderson Guedes, adiantou que é falsa a acusação de abuso sexual feita pelo pai da menina de 14 anos.

Entenda - Segundo apurado pela reportagem do Campo Grande News, no sábado (13), o pai da menor de idade, Fabiano Alves Capelaxio, de 35 anos, estava em uma conveniência e ouviu o momento em que o adolescente de 17 anos conversava com um tio e afirmava que havia "ficado" com a menina de 14 anos.

"Inconformado com o suposto relacionamento e alegando falsamente que a filha havia sido estuprada, o homem se reuniu com mais quatro indivíduos e buscaram a vítima em sua casa", detalha a Polícia Civil em nota.

Pouco tempo depois, durante a noite, Fabiano, acompanhado de outros quatro rapazes, sendo eles: João Pedro Leôncio de Lima, de 19 anos, Ryan Lucas Teixeira Salustriano, 19, Rafael Kennedy da Silva Alves, 19, e Erik Henrique da Silva Jesus, de 21 anos, foram até a casa do tio da vítima e obrigaram que os levassem até uma área rural próximo à cidade, onde foi feito um “tribunal do crime”.

O rapaz de 17 anos também foi colocado à força no carro e, mesmo negando a acusação de estupro, foi brutalmente morto com várias facadas no coração e no pescoço. "(...) executaram a vítima de forma bárbara, com várias facadas no coração e cortando seu pescoço (esgorjamento)", descreve a Polícia Civil.

Dois dos envolvidos alegam que correram no momento em que os autores desferiram as facadas. Três ficaram no local, enquanto um filmava a execução, os outros dois golpeavam a vítima. As imagens são chocantes e não serão divulgadas pela reportagem.

Depois, o tio do adolescente foi obrigado a dirigir o veículo e seguir até um bar, onde um dos autores ingeriu bebidas alcoólicas. O tio também foi obrigado a pagar a conta das bebidas, de R$ 120. Na sequência, Fabiano disse que voltariam para ocultar o corpo, momento em que o tio entregou a chave do carro, correu e se escondeu em um matagal.

Ao perceber que o terreno estava "limpo", já na manhã deste domingo (14), o tio procurou a delegacia e denunciou o crime. Então, as equipes da Polícia Civil e Polícia Militar saíram em diligências e conseguiram chegar aos cinco envolvido, que foram presos por homicídio qualificado por motivo fútil, por emboscada e recurso que dificulte a defesa do ofendido.

A jovem citada como vítima do suposto estupro foi levada para a delegacia e confirmou que nunca teve relacionamento amoroso com o rapaz assassinado. “Trata-se de um crime bárbaro que comoveu a população do município, mas que teve uma resposta rápida e contundente das forças policiais que retiraram do convívio social indivíduos com alto grau de periculosidade", disse o delegado titular de Deodápolis, Anderson Guedes.

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