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Interior

Justiça determina novo leilão da usina que pertencia à família Bumlai

Leilão foi marcado para o dia 22 de fevereiro; Usina São Fernando, em Dourados, é gerenciada por administrador judicial

Helio de Freitas, de Dourados | 21/12/2017 10:29
Usina São Fernando pertencia à família Bumlai, mas será vendida para pagar credores (Foto: Arquivo)
Usina São Fernando pertencia à família Bumlai, mas será vendida para pagar credores (Foto: Arquivo)

A Justiça determinou a realização de uma segunda tentativa de leilão da Usina São Fernando, localizada em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Com falência decretada em junho deste ano, a indústria faz parte da massa falida que era da família do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula e um dos condenados na Operação Lava Jato.

O juiz substituto da 5ª Vara Cível de Dourados, Rubens Witzel Filho, marcou o leilão para o dia 22 de fevereiro de 2018. Os interessados terão de apresentar propostas em envelopes lacrados nos dias 15 e 16 de fevereiro. Desde junho, quando foi decretada a falência, a usina é gerenciada pela administradora judicial VCP (Vinícius Coutinho Consultoria e Perícia), que tem sede em Campo Grande.

A primeira tentativa de leilão ocorreu no dia 20 de setembro, quando foi fixado valor de R$ 716 milhões para a venda, mas nenhuma proposta foi apresentada. Agora não há valor mínimo estipulado, o que abre a possibilidade de a usina ser arrematada por preço menor que o estipulado em setembro.

O juiz douradense também marcou para o dia 1º de março do ano que vem a assembleia dos credores da usina, para decidir sobre a eventual proposta vencedora no leilão. Se não tiver quórum, a segunda convocação foi marcada para 12 de março.

BNDES recusou proposta – Em outubro deste ano, um grupo de investidores liderados pelo economista Winston Fritsch apresentou proposta de R$ 890 milhões para comprar a São Fernando, mas o BNDES foi contra a transação. O banco é o maior credor da usina.

Ao jornal Valor Econômico, o banco afirmou que a proposta contrariava a Lei de Falências, pois a alienação do ativo deve ser aprovada por dois terços dos credores concursais. Além disso, segundo o BNDES, o grupo “ofereceu um valor irrisório pelo ativo, num prazo de pagamento em 20 anos e sem qualquer tipo de correção”.

Para o banco, o leilão aberto é “a melhor forma de dar transparência à alienação do ativo e a maneira mais eficaz de se apurar o que de melhor o mercado pode oferecer”. O BNDES avalia que no primeiro leilão não houve proposta porque faltou tempo para os investidores analisarem o ativo da usina.

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