Líder indígena diz que ministra “engavetou” pedido de água em aldeias
Capitão da Jaguapiru afirma que documento foi levado a Sonia Guajajara no início da atual gestão federal
Líder dos protestos por água nas aldeias de Dourados, acusou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, de “engavetar” o pedido de solução para o problema, encaminhado pela comunidade.
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Em Dourados, líderes indígenas, liderados por Ramão Fernandes, acusaram a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, de não agir em relação ao desabastecimento de água nas aldeias, apesar de um pedido formal entregue em 2023. Após confrontos com a polícia, que resultaram em ferimentos para indígenas e policiais, a ministra anunciou a liberação de R$ 2 milhões para a construção de dois super poços na reserva. Além disso, o Ministério dos Povos Indígenas reafirmou seu compromisso com o direito à água potável e ao saneamento, destacando a importância de parcerias com outros órgãos para resolver a situação nas comunidades indígenas.
Ramão Fernandes, capitão da Aldeia Jaguapiru, disse que o documento cobrando ações imediatas para resolver o desabastecimento foi entregue à ministra em 2023, no início da atual gestão federal, mas nada foi feito até agora.
Ontem, a assessoria de Sonia Guajajara anunciou a liberação de R$ 2 milhões para construir dois super poços na reserva de Dourados (leia abaixo).
“Tomara que seja verdade [a liberação da verba]. Eu já fui duas vezes levar ofícios a Brasília, conversei particularmente com a ministra, entreguei os documentos nas mãos dela. Ela assinou, engavetou e até hoje não compareceu com a solução para nosso pedido. Foi no início do mandato, se tivessem de resolver já teriam resolvido antes de tudo isso acontecer”, afirmou Ramão Fernandes.
Pelo menos sete indígenas ficaram feridos em confronto com policiais militares, ontem. Duas mulheres com ferimentos no ouvido seguem internadas. A PM informou que 12 policiais também sofreram ferimentos e seis viaturas ficaram danificadas.
O capitão e outras lideranças indígenas estão na sede do MPF (Ministério Público Federal) em Dourados para reunião com a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva. Os indígenas exigiram a presença dela para assinar pessoalmente o documento com o compromisso do governo em ampliar o fornecimento de água por meio de caminhões-pipa e para construção de dois poços na reserva.
Ministra – Ontem à noite, o Ministério dos Povos Indígenas divulgou nota oficial afirmando que o acesso à água potável e ao saneamento básico é direito humano essencial e universal, indispensável para a manutenção da vida.
Informou, também, ter acionado o governo de Mato Grosso do Sul, responsável pela coordenação das forças de segurança que atuaram na operação de ontem, e que mantém diálogo com as secretarias de Segurança Pública e de Cidadania para assegurar a resolução do caso e garantir segurança dos indígenas.
“Nos territórios indígenas, o direito à água e ao saneamento é garantido pelo Governo Federal sob a competência da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, mas o Ministério dos Povos Indígenas tem trabalhado fortemente nas articulações com este e outros órgãos para avançar em medidas estruturantes com foco no abastecimento nas aldeias de todo o país”, informou a pasta.
De forma imediata, o MPI prometeu destinar R$ 2 milhões para a construção de dois super poços de água na Reserva Indígena de Dourados, um em cada aldeia. Conforme a pasta de Sonia Guajajara, também foi celebrado um termo de execução descentralizada entre o MPI e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), com o aporte de R$ 575 mil para a construção de poços artesianos.
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