“Nunca me falaram nada”, diz mãe de bebê que morreu de dengue
Segundo Ketlin, a bebê teve quadros de epilepsia e ataque cardíaco
“Nunca me falaram nada sobre o que ela tinha. Fui saber dois dias depois”, lamenta Ketlin Ortiz Ferraz, mãe da bebê, de 8 meses, que morreu por dengue.
Conforme consta no boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a criança começou a ter sintomas no dia 10 de setembro e faleceu no dia 24 do mesmo mês. O caso só foi divulgado nesta quarta-feira (19).
No entanto, a mãe tem outra versão sobre o acontecimento. Segundo ela, a filha começou a ficar ruim uma semana antes.
“Não foi dia 10 de setembro. Tinha começado uma semana antes de ela morrer. Ela estava bem, estava comendo bem, brincando. Começou a ficar com diarreia, tosse, falta de ar e vomitando. Até hoje eu fico sem saber porque ela morreu, se foi pela epilepsia, ataque cardíaco, se foi por dengue”, diz emocionada.
Antes disso, quando a criança tinha 3 meses de vida, ficou internada 9 dias com quadro de pneumonia. Depois, segundo a mãe, ela começou a ter uns episódios de epilepsia, em abril.
“Levei ela no médico, ele disse que estava com começo de epilepsia, e encaminhou para a secretaria para poder passar por um pediatra para começar a tomar remédio, mas demorou muito para chamar”, explica.
No dia 23 de setembro, ela passou mal em casa, estava muito cansada, tossindo, e desmaiou. Ketlin conta que no mesmo dia levou a filha na Unidade Mista Aroldo Lima Couto, e encaminharam a menina para o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian.
“Encaminharam ela para Campo Grande e não me falaram o que ela tinha. Depois que nós enterramos ela, que o médico disse que tinha sido por suspeita de dengue. Dois a três dias depois ficamos sabendo. Só falaram que ela estava com a plaqueta baixa. Ninguém me informava nada. Eu me sinto culpada, porque ninguém me falava nada”, lamenta.
Segundo o Hospital Universitário, a criança foi internada no mesmo dia em que morreu, 24 de setembro. E que o resultado do exame saiu apenas no dia 27 de setembro.
"Informamos que durante a internação da paciente citada, exames foram solicitados e que os mesmos são executado pelo Lacen e que o resultado saiu na terça-feira (27/09/2022), sendo que, nessa data ela já tinha vindo a óbito. Por se tratar de paciente oriunda do interior do Estado de Mato Grosso do Sul, o Humap informou a Secretária de Estado sobre o óbito e o resultado do exame, sendo de responsabilidade desse órgão comunicar à família", diz a nota enviada ao Campo Grande News.
* Matéria atualizada às 10h20 para acréscimo de informação.