Para cobrar poço artesiano em aldeias, índios voltam a bloquear rodovia
Bloqueio ocorreu mesmo após deputado e vereadores prometerem que perfuração de poços começa na quarta-feira; índios prometem manter protesto até chegada de máquinas para abrir poços
Índios das aldeias Bororó e Jaguapiru voltaram a bloquear na manhã de hoje (25) a NMS-156, que liga Dourados a Itaporã. A interdição ocorre na rotatória do acesso principal à reserva, palco de vários protestos da comunidade indígena. O motivo desta vez é a falta de água nas aldeias.
Os índios protestam contra a demora da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em iniciar a construção de poços artesianos nas duas aldeias, que enfrentam desabastecimento de água há vários meses.
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) e os vereadores Nelson Sudário (PSDB) e Aguilera de Souza (PMDB) foram até o local para conversar com os índios e o congressista prometeu que até quarta-feira as máquinas chegariam à reserva para começar a perfuração dos poços.
Algumas lideranças concordaram com a suspensão do protesto, mas logo em seguida os índios bloquearam a estrada com galhos e pedras.
Leomar Mariano, uma das lideranças da Jaguapiru, disse ao Campo Grande News que a comunidade não acreditou na promessa e decidiu manter o protesto. Nenhum representante da Sesai foi ao local até agora.
Segundo Mariano, pelo menos duas mil famílias enfrentam falta de água na Jaguapiru e um número semelhante sofre com o desabastecimento na aldeia Bororó. “Quem tem condições está perfurando poços semi-artesianos, mas as outras famílias ficam sem água porque a Sesai não deixa perfurar poço caseiro”, afirmou.
Só promessas – O vice-capitão da Jaguapiru, Sílvio de Leão, o Zezão, disse que comunidade se cansou só de ouvir promessas e cobra o início das obras. “Vamos bloquear a estrada até a chegada do pessoal que vai perfurar os poços. Não adianta mandar representante para negociar, só vamos liberar quando a empresa que perfura poços chegar para iniciar as obras”, afirmou.
Segundo ele, desde junho o serviço vem sendo adiado pela Sesai. “Era para começar dia 8, depois passou para o dia 11, depois para o dia 15 e agora nem tem mais previsão. A comunidade pressiona porque está sem água”, declarou.