Paraguai confisca 5 fazendas do traficante “Cabeça Branca”
As propriedades ficam perto da fronteira com MS, onde o traficante agiu por décadas
O Estado paraguaio toma posse nesta quarta-feira (12) de cinco propriedades rurais pertencentes ao narcotraficante brasileiro Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”. As fazendas ficam perto da fronteira com Mato Grosso do Sul, onde o bandido nascido no Paraná atuou por vários anos.
Antigo sócio de Jorge Rafaat Toumani, executado em junho de 2016, Luiz Carlos da Rocha também usava “laranjas” residentes em Mato Grosso do Sul para lavar dinheiro do tráfico de cocaína.
Depois de passar três décadas fugindo da Interpol (polícia internacional), “Cabeça Branca” foi preso no dia 1º de junho de 2017 em Sorriso (MT), onde vivia como uma pessoa comum após passar por várias cirurgias plásticas e usava nome falso.
Considerado um dos maiores traficantes de cocaína da América do Sul e fornecedor de droga para as principais facções brasileiras, em 2013 ele foi condenado a 34 anos de prisão em Mato Grosso do Sul. Na mesma sentença foram condenados os irmãos Jorge e Joseph Rafaat, a 47 e 15 anos de prisão, respectivamente.
De acordo com a imprensa paraguaia, as cinco fazendas confiscadas hoje estão avaliadas em pelo menos 19 milhões de dólares.
No distrito de Yby Yaú, a 100 km de Ponta Porã (MS), foram confiscadas duas propriedades: Guatambú, de 4.607 hectares, e Estância dos Hermanos, de 77 hectares. Em Paso Barreto, na mesma região, foi confiscada a fazenda Cielo Azul, de 5.945 hectares.
Em Azotey, no departamento de Concepción, a 140 km de Mato Grosso do Sul, o governo paraguaio se apropriou da Estância La Nelly, de 1.000 hectares. A quinta propriedade, a Estância Gua’a, de 862 hectares, fica na região de Bella Vista Norte, cidade vizinha de Bela Vista (MS).
Com mais essas, chegam a oito as propriedades de Luiz Carlos da Rocha confiscadas no Paraguai em pouco mais de um ano. Em abril do ano passado, já tinham sido incluídas no patrimônio do governo as fazendas Edwiges, La Suiza e Lucipar, localizadas nos departamentos (estados) de San Pedro e Concepción.
As propriedades agora são administradas pela Senabico, órgão federal paraguaio que cuida de bens confiscados. “Cabeça Branca” cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas (PR).